O presidente Jair Bolsonaro (PL) não está mais satisfeito com o trabalho do Centrão que o apoia e resolveu embarcar no plano feito pela ala radical
. Ao longo da campanha, ele se dividiu entre os dois grupos para poder manter a harmonia. Porém, faltando menos de 10 dias para as eleições 2022
, o chefe do executivo federal apostará em ataques contra o sistema eleitoral.
No começo da corrida eleitoral, Bolsonaro entregou ao Centrão a missão de fazer as propagandas eleitorais na TV e montar as estratégias do presidente da República em entrevistas para programas de televisão. O objetivo era mostrar um lado moderado para conquistar os eleitores moderados e indecisos.
Além disso, o mandatário concordou com os argumentos do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), sobre a necessidade de tomar medidas na área econômica. Não por acaso o Auxílio Brasil saltou de R$ 400 para R$ 600 e o preço da gasolina vem caindo semana após semana.
Já a ala radical ficou com a responsabilidade de criar planos para conquistar eleitores pelas redes sociais. A aposta era ter narrativas fortes e capazes de manipular os debates nas plataformas digitais. Os maiores alvos eram as pesquisas eleitorais e os adversários de esquerda, principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No início da campanha, Bolsonaro viu sua rejeição diminuir e seu desempenho crescer nas pesquisas eleitorais. O problema que Lula se manteve estável e, nas últimas duas semanas, o presidente está estagnado. Ele não consegue passar chegar perto dos 40% dos votos válidos.
O governante está muito incomodado com o resultado e ele tem culpado a estratégia do Centrão. Na avaliação dele, o Auxílio Brasil surtiu efeito contrário. “O presidente acha que o benefício só ajudou o Lula. E esse sentimento tem sido alimentado pelo grupo que está com ele desde 2014”, afirma um interlocutor.
Bolsonaro usará plano da ala radical
O presidente se afastou nos últimos dias do Centrão porque escutou de algumas pessoas que não há “um fator novo” para fazer Bolsonaro crescer nas pesquisas e se aproximar de Lula. Por conta disso, ele resolverá dar protagonismo ao discurso da ala radical.
Na última semana, a tendência que os ataques contra o TSE e as urnas eletrônicas cresçam. O objetivo é criar dúvida no sistema eleitoral e, quem sabe, atrair eleitores antipetistas para o seu lado.
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