O iG realizou um levantamento sobre as propostas de governo na área da educação dos cinco maiores candidatos à Presidência da República segundo a pesquisa Datafolha da última semana . De acordo com a pesquisa, os presidenciáveis que lideram o ranking são: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 45%, Jair Bolsonaro (PL) 33%, Ciro Gomes (PDT) 8%, Simone Tebet (MDB) 5% e Soraya Thronicke (União Brasil) 2%.
Lula
O ex-presidente Lula propõe um programa de recuperação para as perdas de ensino acumuladas durante a pandemia. No plano de governo , Lula critica a atuação do governo de Bolsonaro e visa uma "reverter os desmontes do atual governo".
"O país voltará a investir em educação de qualidade, no direito ao conhecimento e no fortalecimento da educação básica, da creche à pós-graduação, coordenando ações articuladas e sistêmicas entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, retomando as metas do Plano
Nacional de Educação e revertendo os desmontes do atual governo".
O petista cita como exemplo o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Além disso, Lula planeja continuar com o projeto de cotas sociais e raciais na educação superior e nos concursos públicos federais, e promover a garantia de pessoas deficientes e LGBTQIA+ no acesso à educação.
Jair Bolsonaro
Se reeleito, Bolsonaro fala em permitir o pensamento crítico sem "conotações ideológicas que apenas distorcem a percepção de mundo" nas escolas. Ele planeja investir em mais ferramentas na educação básica.
O plano de governo do atual presidente também cita que "trabalhar com a premissa de que os pais, e não o Estado, são os principais atores da educação das crianças" e propõe alinhar o que se ensina nas escolas e universidades com as demandas do mercado.
O documento também fala em ampliar ações que forneçam fundamentos de disciplinas como matemática, português, história, geografia, ciências, "e outras". Bolsonaro também pretende recuperar o ensino prejudicado pelo fechamento das escolas durante a pandemia e, para isso, ele propõe conciliar o modelo presencial com o ensino a distância.
Ciro Gomes
O ex-governador do Ceará tem o objetivo de colocar a educação brasileira entre as dez melhores do mundo em 15 anos. Para isso, ele propõe educação em período integral para etapas de ensino fundamental e profissionalizante e apoio material para que crianças vulneráveis não deixem a escola.
Ele inclui, nas propostas educacionais, os seguintes pontos:
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criar o Programa de Alfabetização Idade Certa
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"constante valorização" de professores, diretores e demais profissionais de educação
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tornar o ensino fundamental "progressivamente integral"
"Temos que envolver toda a sociedade nesse esforço, cabendo ao governo federal liderar e articular, junto com governadores e prefeitos, um corpo técnico de excelência, conteúdo teórico de qualidade, novas formas de financiamento e uso de novas tecnologias de ensino”, diz o texto.
Entre a série de propostas apresentadas por Ciro, ele diz que irá se atentar ao desenvolvimento de competências socioemocionais, buscar ativamente alunos com baixa frequência nas aulas e instaurar um sistema de monitoramento nas escolas de pior desempenho, para que elas desenvolvam melhores resultados.
O candidato do PDT diz que pretende mudar o ensino que chama de "decoreba", levando ao país experiências como a do Ceará, que, segundo ele, ensina os alunos mais a perguntar do que responder.
Simone Tebet
Tebet defende políticas especiais para a primeira infância e a adolescência, e pretende erradicar o analfabetismo.
Segundo o plano de governo da senadora, um dos principais objetivos é recuperar a aprendizagem defasada pelos últimos anos com o fechamento das escolas. A candidata quer destinar recursos das privatizações para políticas sociais de redução da pobreza e educação infantil. Além disso, ela também promete promover a inclusão e a acessibilidade de crianças com deficiência nas escolas.
A candidata também fala em combater a evasão escolar no ensino médio. Para isso ela propõe a "Poupança Mais Educação", que incentiva os adolescentes com necessidade financeira a concluir o ensino médio. O projeto no acúmulo do dinheiro do aluno a cada ano de estudo concluído. O resgaste da quantia poderá ser feito quando o jovem se formar.
Soraya Thronicke
Caso eleita, a senadora propõe "um novo pacto educacional nos três níveis de governo". Segundo a candidata, a educação está em crise, e pretende implantar um sistema de "monitoramento das novas metodologias de ensino" no Ministério da Educação.
Soraya também apresenta propostas para os professores, que visam a criação de um programa nacional de capacitação pedagógica e tecnológica, a melhora dos salários da categoria e o estabelecimento de uma avaliação do desempenho profissional.
No que diz respeito a evasão escolar, a presidenciável afirma que criará "atividades criativas capazes de motivar a participação dos alunos" e irá expandir a participação de editoras na produção de material didático.
"O momento atual exige uma repactuação com governadores, secretários de educação nos estados e municípios, em torno de ações prioritárias, como a plena retomada das aulas, reposição de conteúdos pedagógicos [...]. Isso pode ser feito com o uso da tecnologia de ensino a distância e de aulas presenciais através de um sistema híbrido", disse Thronicke.
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