O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) está assustado com o movimento do chamado voto útil
. Análises da sua equipe estão identificando um movimento do eleitor para votar nos dois primeiros colocados nas pesquisas: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
O pedetista tem agido para impedir a fuga de apoiadores nesta reta final das eleições 2022 . Porém, tem sido comum escutar eleitores que o voto útil deverá ser feito no dia 2 de outubro . Diferentemente de outras campanhas, o ex-governador do Ceará tem percebido que há uma disputa entre os antipetistas e o antibolsonarismo.
Publicamente, Ciro está defendendo seu plano de governo e afirmado aos quatro cantos do país que chegará ao segundo turno. Porém, internamente, o ex-chefe do executivo estadual cearense tem dito para aliados que precisa ficar próximo dos dois dígitos para não sair menor do que entrou na corrida eleitoral.
Diferentemente do que vem afirmando aos jornalistas, Gomes tem intenção de concorrer novamente ao cargo de presidente. Para isso ocorrer, na sua visão, é preciso se mostrar competitivo. Se tiver 10% das intenções de votos, o argumento que usará é que possui um eleitor fiel e não conseguiu crescer por estar numa eleição polarizada contra duas figuras populares. No entanto, em 2026, ele acredita que não precisará enfrentar nem Lula e nem Bolsonaro.
Só que, por enquanto, o plano de convencimento para manter o eleitor tem se mostrado frustrado. A campanha entende que o pedetista precisava ter em torno de 12% para encerrar a eleição com 9% dos votos válidos. Com 8% no Datafolha, faltando duas semanas para a eleição, a tendência é que ele perca pelo menos metade desse índice.
Voto útil para Lula e Bolsonaro
Uma das explicações para o voto útil é o exemplo da eleição 2018. Marina Silva apareceu na última pesquisa Datafolha com 4% das intenções de votos. Ela terminou com 1%. Geraldo Alckmin possuía 9% e ficou com 4,76%. João Amoedo foi citado por 3% e fechou com 2,5%, enquanto Henrique Meirelles e Álvaro Dias aparecaram no levantamento com 2% e concluíram a corrida eleitoral com 1,26% e 0,80%, respectivamente.
O presidente Jair Bolsonaro tinha na pesquisa 39% dos votos válidos e encerrou o primeiro turno com 46%. Os levantamentos da última semana identificaram um movimento pró-bolsonarista e, por causa do antipetismo, muitos brasileiros escolheram o atual governante para impedir o retorno do PT ao poder.
Com a polarização entre Lula e Bolsonaro, a tendência que o voto útil seja feito para ambos os lados. Por isso há enorme preocupação na campanha de Ciro Gomes. “O voto útil é um fenômeno que sai das mãos do candidato. Mesmo que ele peça ao eleitor para não fazer isso, o sentimento de rejeitar um lado pode fazer com que a pessoa escolha o ‘menos pior’ já no primeiro turno”, explica um integrante da campanha do pedetista. “Mas vamos trabalhar para chegar ao segundo turno. Temos duas semanas para convencer a sociedade”, completa.
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