O senador Flávio Bolsonaro (PL) foi escolhido pelo seu pai para realizar as articulações políticas, tanto que o parlamentar acabou sendo o grande responsável por aproximar o presidente de lideranças do Centrão, como Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP). Porém, diferentemente do seu irmão Carlos, o primogênito tem escutado cada vez menos o chefe do executivo federal e tomado decisões por conta própria.
Na pré-campanha, o senador consultava frequentemente Bolsonaro e vivia entrando em rota de colisão contra Carlos, que possui grande influência na equipe bolsonarista. Flávio sempre aconselhou o seu pai a seguir um caminho mais político, dialogando com lideranças e escutando marqueteiros. No entanto, o irmão defendeu, e segue defendendo, a tese de tudo ser feito na “espontaneidade” do mandatário, apostando na guerra ideológica nas redes sociais, fórmula que funcionou em 2018.
O parlamentar percebeu que o presidente da República estava inclinado aos desejos do filho número 02. Desta forma, ele passou, sozinho, a tomar decisões, apenas comunicando o pai os resultados de conversas e reuniões.
O maior exemplo foi a longa viagem quem ele fez em cidades do Mato Grosso. Com os gastos exagerados do Fundo Eleitoral por parte do PL, o senador marcou reuniões com ruralistas e pediu doações para a campanha de Bolsonaro. A atitude rendeu cerca de R$ 500 mil.
Outra vitória de Flávio acabou sendo a articulação para convencer a madrasta, Michelle Bolsonaro, a ser mais ativa na campanha. No início, ela se mostrou resistente em participar dos comícios e propagandas eleitorais, no entanto, após conversar com o enteado, sentiu-se peça fundamental para uma possível reeleição do marido.
Além de usar seus argumentos, o senador acionou lideranças religiosas e Damares Alves para conversar com a primeira-dama, o que acabou funcionando.
Flávio ainda serviu como escudo para proteger o candidato ao Senado Romário (PL). O baixinho foi hostilizado em um evento bolsonarista, enquanto Daniel Silveira (PTB) recebeu aplausos e muito apoio.
O ex-jogador ficou descontente e cogitou realizar uma campanha neutra. Porém, o filho mais velho de Bolsonaro conversou com ele e o convenceu a ter paciência, porque Silveira não conseguiria ser candidato. Dito e feito.
A única mudança que Flávio não obteve sucesso foi controlar as falas do seu pai. Porém, na avaliação dele, isso é impossível. Por isso seu objetivo é manter o clima político favorável ao presidente da República.
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