Operação contra empresários: Tebet diz que STF 'está no seu direito'

A candidata disse que se "há indícios, tem que investigar"

Simone Tebet em entrevista a CNN
Foto: Reprodução: CNN - 29/08/2022
Simone Tebet em entrevista a CNN

Na sabatina da CNN desta segunda-feira (29), a candidata à Presidência, Simone Tebet (MDB) , opinou sobre a operação da Polícia Federal contra oito empresários acusados de compartilhar mensagens de golpe ao Estado no WhatsApp . Segundo ela, a ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, (STF), Alexandre de Moraes, é legítima, pois o Supremo "está no seu direito" de investigar.

"O Supremo Tribunal Federal e no caso o TSE está no seu direito de buscar investigações rigorosas pra saber se há algum tipo de tentativa de golpe seja de quem for, pior ainda se for de empresários e mais grave ainda se tiver a conivência de quem quer que seja do poder executivo", disse Tebet ao jornalista William Waack, que conduz a entrevista.

Waack questionou se o STF teria razão em autorizar a operação. A emebedista respondeu que se "há indícios, tem que investigar".

"Eu acredito que o STF, no caso o TSE, está investigando se há de alguma forma apoiamento ou o direcionamento de autoridades públicas. Havendo indícios, tem que se investigar, ainda mais numa questão como essa, o que está em jogo é a democracia".

A candidata aproveitou o tempo durante a resposta e criticou o atual governo de Jair Bolsonaro. 

"Nós temos um governo que flerta com o autoritarismo, que ameaça as instituições democráticas, que combate a imprensa livre e que desarmoniza os poderes. Nós temos um presidente que questiona a todo momento os resultados das urnas antes mesmo dele acontecer porque a todo momento acha que as urnas eletrônicas são violáveis e consequentemente podem ser manipuladas", afirmou Tebet.

Nesta segunda-feira (29), o ministro e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, retirou o sigilo da decisão que autorizou mandados de busca e apreensão contra empresários.

No documento, Moraes justificou que foram considerados possíveis "atentados contra a democracia e o Estado de Direito" e "capacidade socioeconômica" dos empresários.

"Não há dúvidas de que as condutas dos investigados indicam possibilidade de atentados contra a Democracia e o Estado de Direito, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito a Democracia; revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa identificada no Inq. 4.874/DF e também no Inq. 4.781/DF, ambos de minha relatoria", diz trecho da decisão do ministro.

Operação realizada

A Polícia Federal cumpriu, na última terça-feira (23), mandados de busca contra oito empresários que defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) vença Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro.

Os oito empresários são:

  • Luciano Hang , dono da Havan;

  • Afrânio Barreira Filho, dono do Coco Bambu;

  • Ivan Wrobel, dono da W3 Engenharia;

  • José Isaac Peres, fundador da rede de shoppings Multiplan;

  • José Koury, dono do Barra World Shopping;

  • Luiz André Tissot, presidente do Grupo Sierra;

  • Marco Aurélio Raymundo, dono da Mormaii;

  • Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa.


Além das buscas, Alexandre de Moraes também determinou:

  • bloqueio das contas bancárias dos empresários;

  • bloqueio das contas dos empresários nas redes sociais;

  • tomada de depoimentos;

  • quebra de sigilo bancário.

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