Durante evento de campanha em Betim (MG), o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta quarta-feira (24), a operação da Polícia Federal contra oito empresários acusados de enviarem mensagens golpistas em um grupo de Whatsapp.
O mandatário cobrou um posicionamento daqueles que assinaram cartas e manifestos em defesa da democracia.
"Somos ainda um país livre. Eu pergunto a vocês: o que aconteceu no tocante aos empresários agora? Esses oito empresários. Dois eu tenho contato com eles: Luciano Hang e Meyer Nigri. Cadê aquela turminha da carta pela democracia? A gente sabe que época de campanha continuam lobos em pele de cordeiro. Acreditar que eles são democratas e nós não somos? Cadê a turminha da carta pela democracia?", disse o presidente.
Na última terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os agentes cumprissem os mandados de busca e apreensão contra oito empresários:
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Luciano Hang , dono da Havan;
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Afrânio Barreira Filho, dono do Coco Bambu;
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Ivan Wrobel, dono da W3 Engenharia;
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José Isaac Peres, fundador da rede de shoppings Multiplan;
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José Koury, dono do Barra World Shopping;
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Luiz André Tissot, presidente do Grupo Sierra;
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Marco Aurélio Raymundo, dono da Mormaii;
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Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa.
Empresários negam intenção de golpe
Em nota, o empresário Luciano Hang informou que segue tranquilo e diz que seu ativismo político é a favor da democracia e da liberdade de expressão.
"Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros. Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil."
Já a assessoria da Tecnisa informou, por meio de nota, que a companhia "não fala em nome de Meyer Nigri" e que ele "não é porta-voz da empresa".
"A Tecnisa é uma empresa apartidária, que defende os valores democráticos e cujos posicionamentos institucionais se restringem à sua atuação empresarial."
Afrânio Barreira, do grupo Coco Bambu, se pronunciou, também por meio de uma nota, dizendo que nunca se manifestou a favor de qualquer conduta que não seja institucional e democrática.
"A democracia é a chave para construção de um Brasil melhor. Valorizo, e muito, a oportunidade de conseguir votar e escolher os representantes de nosso povo brasileiro, e todo cidadão deveria ter a consciência da importância deste momento. Valorizo e sempre defenderei um processo eleitoral honesto e justo", afirmou o empresário.
A assessoria da Sierra Imóveis informou que não irá se manifestar sobre o caso.
Os mandados foram cumpridos em 7 cidades. Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ), Brusque (SC), Balneário Camboriú (SC), Gramado (RS), Garopaba (SC) e São Paulo (SP).
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