O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta segunda-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que tenha imitado sons de pessoas com falta de ar em decorrência da Covid-19. A afirmação, feita em resposta questionamento da apresentadora Renata Vasconcellos em entrevista do presidente ao Jornal Nacional, foi contestada por internautas nas redes sociais.
Em transmissão ao vivo em sua conta nas redes sociais em março de 2020, no começo da pandemia, o presidente imita o som de uma pessoa com insuficiência respiratória ao defender que a população procurasse unidades de saúde apenas se apresentassem sintomas mais graves, argumento que, à época, era pregado pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União).
A negativa foi feita pouco depois do presidente ter negado que houve falta de oxigênio a pacientes internados em hospitais em Manaus, no pico da Ômicron no país. A ausência de estoques levou à morte de pacientes em estado grave nas unidades de saúde da capital amazonense, incitou a abertura de uma investigação e gerou uma ação de improbidade administrativa contra o então ministro Eduardo Pazuello, depois rejeitada pela Justiça. Enquanto era criticado pela atuação na pandemia, Bolsonaro chegou a ironizar, em um evento, a situação de um paciente sofrendo com falta de ar.
Poucas horas depois da entrevista, o presidente se justificou nas redes, sobre a resposta dada à Renata. Ele afirmou que estaria "DENUNCIANDO o 'Protocolo Mandetta'" que "só recomendava ir ao hospital após sentir falta de ar". A determinação do então ministro da Saúde foi tomada nos primeiros dias após a pasta decretar estado de calamidade pública em função da Covid-19, em 2020.
Bolsonaro imitando paciente com falta de ar pic.twitter.com/4XQVsb4KJw
— Alexandre Vinícius (@alevini_) August 22, 2022
Bolsonaro ainda disse defender a autonomia dos profissionais de saúde para tratar pacientes e voltou a defender o tratamento de forma precoce.
Já durante a entrevista, ele afirmou que o governo agiu de maneira correta:
"Fizemos nossa parte em Manaus. Em menos de 48h, começaram a chegar cilindros em Manaus. Não faltaram recursos para prefeitos e governadores construírem hospitais de campanha. Não é verdade (que tenha faltado oxigênio por nove dias)."
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