Os atos pela democracia realizados nesta quinta-feira em várias cidades brasileiras repercutiram na imprensa internacional. Os eventos em defesa do Estado Democrático de Direito foram noticiados pela mídia da América Latina, dos Estados Unidos e da Europa.
A rede de televisão americana "ABC" destacou que milhares de brasileiros se mobilizaram para defender as instituições democráticas do país.
"Embora os manifestos atuais não nomeiem especificamente Bolsonaro, eles ressaltam a preocupação generalizada do país de que o líder de extrema-direita possa seguir os passos do ex-presidente dos EUA Donald Trump e rejeitar resultados eleitorais que não sejam a seu favor em uma tentativa de se apegar ao poder", afirma a reportagem da ABC.
O britânico "The Guardian" sublinhou que a "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito", idealizada por ex-alunos e a direção da Faculdade de Direito da USP, contou com apoio de "grandes figuras dos negócios, política, ciência e artes".
"A carta vem depois que Bolsonaro intensificou seus ataques ao sistema eleitoral do Brasil e convocou apoiadores radicais para ir às ruas 'pela última vez' antes da votação de 2 de outubro", afirma a publicação londrina.
Para o francês "Le Figaro", as manifestações foram um "severo aviso" ao presidente Jair Bolsonaro (PL). "Pela primeira vez, a sociedade civil e os empresários se posicionaram em defesa da democracia brasileira em 'momento de imenso perigo' para as instituições do maior país da América Latina", diz o jornal.
O "El País", da Espanha, lembrou que o Brasil, nos últimos anos, acostumou-se a "comunicados oficiais, notas de repúdio, manifestos e todo tipo de escritos para expressar desconforto com os ataques do presidente Jair Bolsonaro contra as instituições democráticas". Mas nenhum deles teve o impacto da carta lida nesta quinta-feira na USP.
"Nos últimos dias, porém, um texto se tornou 'a mãe de todas as letras' e promete ser a tentativa mais sólida e unificada de conter a retórica golpista do presidente, que continua questionando a confiabilidade do sistema eleitoral há menos de dois meses para as eleições", diz o El País.
O jornal "La Nacion", da Argentina, informou que empresários, sindicatos, juristas, artistas e membros da sociedade civil brasileira "ergueram a voz" contra os ataques de Bolsonaro às instituições. "Foi a reação mais enfática e multissetorial da sociedade civil contra os constantes ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas", diz o texto.
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