Em debate na manhã desta terça-feira com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou a aliança com Geraldo Alckmin (PSB), seu vice e ex-adversário que estava presente, e acusou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de fazer a maior distribuição de dinheiro da História às vésperas de uma eleição.
Logo na abertura de seu discurso, Lula destacou que o “Brasil atravessa uma crise de credibilidade, de governabilidade, de falta de sintonia entre o Estado através do governo com as instituições”.
O petista não citou o nome de Bolsonaro ao criticar a distribuição de recursos pelo governo por meio do auxílio emergencial.
"Vamos concorrer em uma eleição vendo um dos adversários, para não citar o nome, fazendo a maior distribuição de dinheiro que uma campanha política já viu desde o fim do Império. Não há precedentes na História do Brasil de alguém que, faltando 57 dias para as eleições, resolva fazer uma distribuição de R$ 50 bilhões e poucos em um benefício que só dura até dezembro."
Lula ainda afirmou estar preocupado se “o povo aceitará a retirada do benefício”.
"A sociedade precisa ficar atenta porque o sinal do comportamento de alguém para ganhar uma eleição não é tranquilo."
Como tem feito em seus encontros com empresários, Lula destacou a participação que Alckmin terá em seu eventual governo.
"Alckmin foi meu adversário político (nas eleições) em 2006. Esse jeitão dele bonzinho não foi tão bom assim na campanha. Estou com as canelas machucadas até agora. E ele e eu resolvemos relevar a um segundo plano e resolvemos compor uma chapa na perspectiva de governar esse país", disse o candidato do PT.
Lula disse que Alckmin terá “importância” como vice, como teve José Alencar, pai do presidente da Fiesp ,Josué Alencar, o anfitrião do debate.
"Em todos os debates que vou, faço questão que o Alckmin tenha a palavra, para falar não como um vice qualquer, mas um vice que vai ter importância como teve o Zé Alencar. O Zé Alencar participava de todas as decisões de governo na mesa, dando palpite como se fosse presidente da República. Era tratado na reunião como presidente e não como vice. Alckmin, você vai perceber que vai ser tratado assim também."
O petista depois passou a palavra para Alckmin, que elogiou a iniciativa da Fiesp de fazer um manifesto em defesa da democracia.
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