Candidato à reeleição por Minas Gerais, o deputado federal Aécio Neves (PSDB) declarou ter perdido quase R$ 4 milhões em patrimônio nos últimos quatro anos. Entre 2018 e 2022, o valor total de bens declarados foi de R$ 6,1 milhões para R$ 1,9 milhão.
A maior parte da diferença está na categoria “quotas ou quinhões de capital”, que é a aba destinada à declaração de participações societárias. No montante, o candidato declarou R$ 3,8 milhões a menos. Em 2018, também havia cerca de um milhão aplicado em renda fixa, valor que não aparece na declaração de 2022.
Ao mesmo tempo, outros bens valorizaram de lá pra cá, como um apartamento que duplicou de valor e hoje é avaliado em R$ 220 mil. A aba “outras aplicações e investimentos” também engordou e foi de R$ 60 mil para R$ 365 mil.
O recuo de Aras
Nesta segunda, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recuou da denúncia movida por sua própria equipe contra Neves, em 2020. O deputado era acusado de receber R$ 65 milhões em propina das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez como contrapartida por obras de usinas hidrelétricas que tiveram a participação de uma estatal mineira.
Aras pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição da ação, tendo como justificativa as mudanças aplicadas pelo Pacote Anticrime em 2019, que impedem a apresentação de denúncia com base apenas em provas entregues por delatores.
No entanto, comprovantes de transferências feitas para contas no exterior atribuídas a um aliado de Aécio Neves também constavam no processo. Desde o início das investigações, a defesa do deputado sempre negou ter participado de qualquer ilegalidade envolvendo atividades das empreiteiras junto ao governo de Minas Gerais.
O caso Joesley Batista
No início deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação e a cassação do mandato de Aécio na Câmara, no processo em que o tucano é acusado de receber R$2 milhões em propina do empresário Joesley Batista, em 2017.
O dinheiro foi entregue em espécie, em quatro parcelas transportadas de São Paulo até Minas — o que ficou acordado em ligação telefônica gravada pelo empresário, e posteriormente entregue ao Ministério Público, na esteira da operação Lava Jato.
Cerca de um mês após a denúncia, em março, o político foi absolvido, porque o juiz Ali Mazloum, da 7º Vara Criminal de São Paulo, considerou a denúncia improcedente.
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