Em discurso na convenção do Republicanos que lançou a candidatura de seu ex-ministro Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo, neste sábado (30), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que deve participar de um desfile militar no Rio de Janeiro no Dia da Independência.
O presidente participará, na manhã do 7 de Setembro, do tradicional desfile militar que ocorre na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Na parte da tarde, ele pretende organizar um evento na praia de Copacabana, no Rio.
Segundo um auxiliar militar do presidente, ainda não há uma programação fechada do evento no Rio, pois o planejamento ainda está em fase inicial, apenas a intenção de Bolsonaro de fazer o que ele chama de "festa para o povo".
A Parada Militar do 7 de Setembro na capital fluminense tradicionalmente ocorre no centro da cidade, na Avenida Presidente Vargas, quando há apresentação da banda do Batalhão de Guardas e desfiles de carros de combate, viaturas, motocicletas e tropas a cavalo. Questionado, o Ministério da Defesa e o Exército não responderam se haverá mudança do local neste ano para Copacabana, como indicado pelo presidente.
No ano passado, Bolsonaro participou de um ato na capital paulista logo após o desfile na capital federal. Na ocasião, ele insultou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que desobedeceria decisões judiciais.
A manifestação do presidente na ocasião marcou uma escalada no embate entre o Palácio do Planalto e o Supremo. Para reduzir a pressão, Bolsonaro articulou com o ex-presidente Michel Temer uma carta pública que funcionou como uma espécie de cessar-fogo com os demais Poderes da República.
"No dia 7 (de setembro), estarei pela manhã em Brasília, com o povo na rua, com a tropa desfilando. À tarde, queremos, pela primeira vez, inovar. Às 16 horas do dia 7 de setembro, pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs, forças auxiliares, estarão desfilando na praia de Copacabana, ao lado do nosso povo", afirmou o presidente.
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Na avaliação do presidente, o desfile do próximo 7 de setembro será não apenas uma comemoração dos 200 anos da Independência mas servirá como um "marco para mais 200 anos de liberdade", referindo-se ao que ele considera uma ameaça comunista caso o Partido dos Trabalhadores (PT) vença a eleição de outubro.
Críticas ao STF
Durante seu discurso na convenção que homologou a candidatura de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo, o presidente também voltou a insistir na tese de que teria ficado de mãos atadas, pelo Judiciário, durante o ápice da pandemia o que prejudicou a adoção de medidas para mitigar problemas causados pela crise sanitária. Na esteira, aproveitou mais uma vez a oportunidade para criticar o STF.
"Me tiraram o direito de conduzir o combate a pandemia. Foi tirado pelo STF. Mas eu não errei nenhuma das sugestões que dei pra população. Não conseguia dormir com o fechamento do comércio por todo o Brasil, em especial aqui em São Paulo", declarou.
O presidente sempre usou esse argumento para rebater críticas à sua gestão durante a crise sanitária que afetou todo o mundo. O próprio STF já negou que tenha feito qualquer coisa que pudesse ser entendida como obstrução a atuação do governo federal.
O Supremo apenas decidiu que os entes da federação eram responsáveis por medidas de mitigação da Covid-19.