O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou entender, nesta quinta-feira (28), que ele não oferece ameaça à democracia e ironizou o manifesto público em defesa dos valores democráticos organizado pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). O documento conta com 240 mil assinaturas até o momento.
Sem apresentar provas, Bolsonaro disse a apoiadores na manhã desta quinta, na saída do Palácio da Alvorada, que o manifesto estaria vinculado a interesse de grandes bancos e instituições financeiras. Na visão dele, as empresas estariam incomodadas com ações do governo, como a criação do Pix.
"Você pode ver esse negócio de carta aos brasileiros, democracia... Os banqueiros estão patrocinando. É o Pix, que eu dei na... Uma paulada neles... Os bancos digitais também, que nós facilitamos. Estamos acabando com o monopólio dos bancos", afirmou. "Eles estão perdendo poder. Carta pela democracia? Qual é a ameaça que eu estou oferecendo para a democracia?"
Na quinta-feira (27), o presidente já havia comentado o assunto durante participação da convenção do PP, partido do chefe da Câmara dos Deputados, Artur Lira. Na ocasião, ele disse que não precisa de "nenhuma cartinha" para falar que "defende a democracia" nem de sinalização de apoio de "quem quer que seja" para mostrar que o caminho é "democracia, liberdade e respeito à Constituição".
No último dia 18, Bolsonaro se reuniu com embaixadores de diversos países para colocar em xeque, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro. O sistema eletrônico de votação é utilizado no Brasil desde 1996 e, desde então, nunca apresentou nenhum indício concreto de fraude ou caso de invasão de uma urna e alteração dos votos.
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