Entre os maiores doadores aos diretórios nacionais dos partidos durante a pré-campanha deste ano
, uma prática é comum: fazer contribuições financeiras a legendas rivais na disputa presidencial. São ao menos oito empresários com esse perfil de doação entre aqueles com transferências acima de R$ 100 mil.
O caso que mais chama a atenção é o da família Koren de Lima, dona do plano de saúde Hapvida. Na lista de maiores doadores até o momento, estão os quatro representantes do negócio. Juntos eles já destinaram R$ 4 milhões entre abril e maio ao PT, PSD, PSDB e MDB. Outro R$ 1,25 milhão foi doado ao PL, mas ainda não consta no sistema do TSE. A transferência da família Koren de Lima foi revelada na semana passada pelo jornal O Estado de São Paulo.
As doações foram feitas pelo diretor presidente do Hapvida, Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima, Candido Pinheiro Koren de Lima e Candido Pinheiro Koren de Lima Júnior, ambos membros do conselho de administração da Hapvida, e Christina Fontoura Koren de Lima.
Outro empresário que fez doações a legendas que, por enquanto, estão separadas na disputa presidencial é Rubens Ometto Silveira Mello, do Grupo Cosan, holding controladora da Raízen, empresa que nasceu em 2011 como uma joint venture com a norte-americana Shell. Na lista de bilionários brasileiros da Forbes, Mello doou em abril R$ 500 mil ao União Brasil, cujo pré-candidato é Luciano Bivar, e R$ 150 mil em maio ao PSDB.
Luis Terepins, da construtora e incorporadora brasileira Even e ex-presidente da Fundação Bienal de São Paulo, fez uma transferência de R$ 100 mil ao Podemos em fevereiro, quando o partido ainda abrigava o ex-juiz Sergio Moro, hoje pré-candidato ao Senado pelo Paraná. O empresário havia participado de encontros com Moro. Em junho e julho, por sua vez, Terepins destinou quase R$ 50 mil ao PSDB. Ele passou a apoiar publicamente Simone Tebet e consta em uma lista de empresários alinhados à emedebista.
Já os irmãos Helio Seibel e Salo David Seibel, da Léo Madeiras, doaram R$ 184 mil ao União Brasil e 80 mil ao MDB. Salo também consta na lista de empresários apoiadores de Tebet.
A família Botelho Bracher, por sua vez, não ficou unida na hora de doar. Enquanto o ex-ceo do Itaú Candido Botelho Bracher destinou quase R$ 200 mil ao MDB e PSDB, a irmãs, a escritora e roteirista Beatriz Bracher e a escultora Elisa Bracher, doaram juntas R$ 516 mil para a Rede, que oficializou apoio a Lula na disputa presidencial.
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