O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a associar, nesta quarta-feira (20), a imagem do ex-presidente Lula e o PT (Partido dos Trabalhadores) ao PCC (Primeiro Comando da Capital). A conduta do presidente vai na contramão da decisão o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Na noite de domingo (17), ele proibiu a propagação de fake news que fizessem relação entre Lula ou o PT e a facção criminosa.
"Em 2018, o apontado de Lula venceu disparado nos presídios", escreveu Bolsonaro no Twitter. "Em 2019, um líder do PCC reclamou de nossa postura para com o grupo e disse que com o PT o diálogo era bem melhor. Não sou eu, mas o próprio crime organizado que demonstra tê-lo como aliado e a mim como inimigo."
Ainda no domingo, Moraes proibiu deputados e canais bolsonaristas de divulgarem fake news relacionando o PCC ao caso do petista Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André assassinado em janeiro de 2002. O ministro pediu a remoção de publicações nas redes sociais de 14 pessoas, entre elas o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e a deputada federal Carla Zambelli (PL) e o deputado federal Otoni de Paula (MDB). Em uma das publicações, o deputado federal Otoni de Paula promove uma ligação direta entre a morte de Celso Daniel e a "cúpula petista", que supostamente aproveitava do dinheiro proveniente atividades criminosas praticadas pelo PCC.
O ministro também acatou o pedido de aplicar multa de R$ 25 mil.
"Há nítida percepção de que as mentiras divulgadas objetivam, de maneira fraudulenta, persuadir o eleitorado a acreditar que um dos pré-candidatos e seu partido, além de terem participaram da morte do ex-prefeito Celso Daniel, possuem ligação com o crime organizado, com o fascismo e com o nazismo, tendo, ainda igualado a população mais desafortunada ao papel higiênico", escreveu Moraes.
"A insensata disseminação de conteúdo inverídico com tamanha magnitude pode vir a comprometer a lisura do processo eleitoral, ferindo valores, princípios e garantias constitucionalmente asseguradas, notadamente a liberdade do voto e o exercício da cidadania", completou.
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