Randolfe vai recorrer se Pacheco não fizer leitura de CPI até amanhã

Presidente do Senado disse em reunião de líderes que abrirá comissão de inquérito, mas ponderou que maioria dos líderes querem que isso aconteça só após eleição

Randolfe vai recorrer se Pacheco não fizer leitura de CPI até amanhã
Foto: Agência Senado
Randolfe vai recorrer se Pacheco não fizer leitura de CPI até amanhã

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o presidente da Casa,  Rodrigo Pacheco (PSD-MG) não faça a leitura do requerimento da CPI do MEC até quarta-feira. Esse é um dos passos para dar seguimento a comissão que pretende investigar suspeitas de corrupção da gestão de  Milton Ribeiro no Ministério da Educação. Após a leitura da Comissão Parlamentar de Inquérito, que deve ser feita no plenário da Casa, os líderes partidários do Senado podem indicar os parlamentares para o colegiado, para que os trabalhos se iniciem.

"Eu aguardarei até amanhã a leitura do requerimento para a instalação da CPI do MEC. Caso não ocorra, não restará, lamentavelmente, à oposição outra alternativa a não ser recorrer ao Supremo Tribunal Federal", disse Randolfe, após a reunião de líderes.

No encontro dos líderes, Pacheco afirmou que fará a leitura dos requerimentos de todas as CPIs. Além da comissão do MEC, há três outras na fila: uma sobre obras do MEC de gestões passadas paradas, de autoria do líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ); outra sobre a atuação do narcotráfico no Norte e Nordeste do país, e uma terceira sobre a atuação de ONGs na Amazônia.

Pacheco, porém, ponderou que a maioria dos líderes é contrário a abertura das CPIs antes da eleição. Para que a comissão inicie seu trabalho, os partidos devem indicar quem serão seus representantes no colegiado. A CPI só pode funcionar quando atingir a maioria absoluta das vagas do colegiado, isto é, metade mais um. No caso da CPI do MEC, é necessário ter seis das 11 cadeiras ocupadas.

Antes da reunião, o presidente do Senado havia prometido a Randolfe que faria a leitura do requerimento da comissão ainda nesta terça-feira. No entanto, não há sessão do Senado marcada para hoje, apenas da Câmara. Pelo regimento, a abertura de uma CPI só pode ser lida no plenário da Casa onde será instalada.

Caso Pacheco não faça a leitura do requerimento da CPI até amanhã, Randolfe ameaça repetir o que foi feito para que a CPI da Covid fosse aberta, no ano passado. A comissão que investigou a condução do governo de Jair Bolsonaro (PL) só foi instalada após determinação do STF. A Corte foi acionada pela oposição, após o requerimento ficar quase dois meses na gaveta do presidente do Senado.

"No caso da CPI do MEC, nós alcançamos 31 assinaturas, quatro a mais que o mínimo necessário para ser instalada. Sobre a Constituição, não cabe juízo de valor, de oportunidade, de conveniência de quem quer que seja, muito menos do colégio de líderes do Senado Federal", disse Randolfe.

Com a leitura dos requerimentos, Pacheco deixa a decisão da instalação das CPIs para os líderes do Senado, que serão responsáveis pela indicações do senadores que integrarão os colegiados. O que determinará o funcionamento serão as indicações dos líderes, disse o presidente do Senado durante a reunião. Ele abriu a reunião falando que não cabe juízo de valor em relação às comissões.

Pacheco pediu ao líderes que façam a reflexão se a abertura da comissão é oportuna devido ao momento eleitoral. Faltam apenas três meses para a eleição, em outubro. A proximidade do pleito é um dos principais argumentos da base governista no Senado para adiar a CPI para depois da votação.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o  perfil geral do Portal iG.