O presidente do PDT em Santa Catarina, o ex-ministro Manoel Dias, disse ter recebido o aval do pré-candidato da sigla ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, e do presidente nacional, Carlos Lupi, para fechar uma aliança com o PT no estado. No último sábado, Dias anunciou o apoio ao candidato petista ao governo catarinense, Décio Lima.
Ao se juntar ao PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PDT catarinense aumenta o isolamento eleitoral de Ciro, que terá que dividir o palanque com o petista no estado.
Segundo Dias, secretário nacional do PDT e presidente da Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini, ligada ao partido, tanto Ciro quanto Lupi entenderam que não haveria como o partido caminhar sozinho em Santa Catarina. Em troca do apoio ao PT, o PDT indicará o candidato ao Senado na chapa de Décio Lima, ainda a ser definido.
"Cada estado tem a sua realidade, isso foi conversado. Sou presidente da Fundação Leonel Brizola e secretário nacional do PDT, não tinha como não falar com eles. Eles (Ciro e Lupi) deram o ok", disse Dias.
De acordo com o presidente do PDT catarinense, a aliança com o PT tem como objetivo formar uma frente ampla contra os aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado. Hoje, o mandatário tem ao menos dois palanques em Santa Catarina: do atual governador, Carlos Moisés (Republicanos), e do senador Jorginho Mello (PL-SC).
Divisão
Lupi confirmou a conversa com Dias e disse que a aliança ampla no estado já era algo decidido há tempos, mas que até então não havia uma definição de quem seria o candidato ao governo catarinense.
"Essa aliança da frente de partidos de oposição já existe há muito tempo, só não estava definido o nome", disse Lupi, que afirmou que o apoio não impactará a campanha de Ciro. "Teremos vaga na majoritária, que fará nosso palanque."
Com o anúncio do apoio ao PT em Santa Catarina, o PDT passa a ter mais um palanque dividido entre Ciro e Lula. O mesmo acorre no Maranhão e no Ceará, terra natal do pré-candidato pedetista à Presidência. No primeiro, o pré-candidato ao governo pela sigla, o senador Weverton Rocha, apoiará Lula.
Já no Ceará, o PDT tem uma aliança com o PT e deve indicar o candidato ao governo na chapa do ex-governador petista Camilo Santana, que deixou o cargo este ano para concorrer ao Senado. Ciro e seu irmão, o senador Cid Gomes, atuam para lançar o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, enquanto petistas querem que a candidata seja a atual governadora, Izolda Cela, que é mais próxima ao partido de Lula.
Em Minas Gerais, o diretório pedetista no estado passou recentemente por uma intervenção após o então pré-candidato do partido ao governo, Miguel Corrêa, afirmar que poderia apoiar Lula na disputa presidencial. A possível candidata ao Senado pela sigla, vereadora Duda Salabert, também afirmou que estará ao lado do petista na corrida. (Camila Zarur)
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