Plano de governo de Lula fala em compromisso com desmatamento zero

Partidos da coligação aprovaram mudanças em texto de diretrizes que será lançado na semana que vem

Lula em lançamento de livro sobre cartas enviadas durante seu período na prisão
Foto: Reprodução/TVPT - 31.05.2022
Lula em lançamento de livro sobre cartas enviadas durante seu período na prisão

A pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá o compromisso de alcançar o desmatamento líquido zero. A meta, considerada ousada, foi incluída nesta terça-feira no texto das diretrizes para elaboração do programa de governo por iniciativa da Rede, do PV e do PSOL . Em reunião, os partidos finalizaram as mudanças de conteúdo do documento.

O desmatamento líquido leva em consideração o saldo entre a vegetação derrubada e as áreas reflorestadas. A primeira versão das diretrizes, elaborada pela Fundação Perseu Abramo, o braço teórico do PT, falava que era "imperativo defender a Amazônia da política de devastação posta em prática pelo atual governo". Exaltava também que nos governos petistas houve redução de "quase 80% o desmatamento da Amazônia", mas sem referência a novas metas.

"Ficou uma diretriz muito forte de combate ao desmatamento ilegal. Inclusive nos discutimos, isso não vai entrar na diretriz mas será detalhado no programa, analisar a constituição de uma força nacional de combate aos crimes ambientais. Já há um compromisso de todos", afirmou Pedro Ivo Batista, representante da Rede Sustentabilidade, o partido da ex-ministra Marina Silva.

Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula e deixou o posto em 2008 por enfrentar problemas para manter as políticas de preservação que havia implantado. Foi sob sua gestão que o governo criou o programa de combate ao desmatamento na Amazônia que resultou na redução dos índices de derrubada da floresta.

Apesar de a Rede fazer parte da aliança em torno de Lula, Marina ainda não declarou apoio ao petista. Ele tem afirmado que gostaria de fazer uma discussão programática para definir o seu posicionamento na disputa presidencial.

Os sete partidos (PT, PCdoB, PV, PSB, Solidariedade, PV e PSOL) que apoiam a chapa formada por Lula e pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) terminaram nesta terça-feira a análise de 124 emendas apresentadas ao texto-base original do programa de governo.

Na sexta-feira, haverá outra reunião para aprovar a redação da nova versão. Depois disso, o documento será encaminhado para a análise de Lula e Alckmin. A expectativa é que o texto final seja apresentado na próxima terça-feira em um evento, em São Paulo. A partir daí, será criada uma plataforma online para receber sugestões da sociedade.

Reportagem do GLOBO mostrou que os partidos haviam aprovado na segunda-feira uma mudança para incluir a valorização dos policiais como um dos pontos das propostas para a área de segurança pública. Também foi acertado que não haverá mais uma menção à “revogação” completa da reforma trabalhista feita no governo Michel Temer. A nova redação seguirá o documento elaborado este ano pela conferência de nove centrais sindicais, o Conclat, que fala em “revogar os marcos regressivos” da legislação trabalhista.

A divulgação da versão inicial das diretrizes do programa de governo no começo da semana passada, sem a inclusão das emendas, provocou mal-estar entre os demais partidos. Mas segundo os integrantes das siglas que formam o grupo coordenado pelo ex-ministro Aloizio Mercadante, o problema foi contornado e há consenso em relação às propostas apresentadas. Mercadante diz que foi fechado "um amplo acordo sobre todos os itens das diretrizes do plano de governo da chapa Lula-Alckmin".

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