Primeira edição organizada após a morte do ideólogo Olavo de Carvalho, ocorrida em janeiro, o CPAC Brasil reúne em Campinas (SP) mais de mil apoiadores de Jair Bolsonaro na manhã deste sábado. Críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e temor pela volta do PT ao poder marcaram a abertura do evento.
Além de criticas ao Poder Judiciário, classificado por palestrantes como uma corte de esquerdistas que trabalham contra o governo do presidente da República, houve suspeição sobre a eleição de 2014, em que Aécio Neves (PSDB) foi derrotado por Dilma Rousseff (PT), e afirmações de que o Supremo interfere nas eleições de outubro ao ter reabilitado os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em sua exposição, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) levantou vaias e xingamentos da plateia ao exibir fotos do ministro do STF Alexandre de Moraes, do ex-ministro Sergio Moro ("o maior Judas que o Brasil já viu"), e de Lula.
"Nós não temos mais uma Corte constitucional. Temos um partido de oposição", afirmou Barros.
Inspirado na megaconferência homônima organizada nos Estados Unidos desde a década de 1970, o CPAC é feito pela terceira vez no Brasil - a segunda sob organização do Instituto Conservador-Liberal, think tank do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do empresário Sérgio Sant'Anna.
A conferência deste ano tem patrocínio da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja) e da Gettr (aplicativo de troca de mensagens criado pelo ex-assessor do ex-presidente americano Donald Trump Jason Miller).
As organizações representam dois importantes grupos de apoio ao governo federal, o agronegócio e a militância de extrema-direita que encampou o combate às políticas de moderação de conteúdo implementadas pelas redes sociais nos últimos anos para inibir o discurso de ódio e desinformação.
Entre os palestrantes estão figuras importantes do bolsonarismo, como o próprio Eduardo, deputados federais como Carla Zambelli (PL-SP) e Paulo Eduardo Martins (PL-PR), os ex-ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), e também o ex-secretário de Cultura Mário Frias. Lideranças da extrema-direita latinoamericana também estão confirmados, como José Antonio Kast, derrotado na última eleição presidencial para o esquerdista Gabriel Boric, e o argentino Javier Milei.
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