MPRJ se movimenta para retomar investigações do caso das 'rachadinhas'

Relatório financeiro do Coaf indica movimentações suspeitas entre os funcionários do então deputado estadual Flávio Bolsonaro

Investigações envolvendo Flávio Bolsonaro começaram em 2018
Foto: Reprodução: Redes Sociais
Investigações envolvendo Flávio Bolsonaro começaram em 2018

O Ministério Público do Estado do Rio entrou com um recurso junto ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do RJ para esclarecer eventuais omissões e contradições na decisão que rejeitou a denúncia do caso das "rachadinhas" envolvendo Flávio Bolsonaro. Segundo informações do G1, a medida tem como objetivo sanar questionamentos que possam prejudicar o reinício das investigações do caso.

Em maio, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) anularem as provas do caso que embasavam a acusação , o Ministério Público pediu o arquivamento do processo, sem que isso atrapalhasse a retomada das investigações. O Órgão Especial do TJ atendeu por unanimidade o pedido do MPRJ e rejeitou e a denuncia.

No pedido enviado ao TJ no final de abril, Luciano Mattos, procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio, alegou que, diante da anulação de provas, a investigação do caso deverá ser reiniciada a partir do primeiro relatório financeiro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que indicou movimentações suspeitas entre os funcionários do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

O procurador-geral argumentou ainda que não existe impedimento legal para que a apuração seja reiniciada e indicou que o MP pode pedir novas quebras de sigilo bancário e fiscal dos alvos, o que novamente geraria elementos de prova.

Entenda o caso das Rachadinhas

As investigações do esquema começaram em 2018, após o relatório apontar movimentações suspeitas na conta bancária do assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz.

Após as investigações, o MP do Rio denunciou Flávio, Queiroz e mais 15 pessoas por crimes como peculato e lavagem de dinheiro em novembro de 2020, com base em provas como a movimentação financeira dos funcionários do gabinete e uma colaboração de uma ex-funcionária. O senador foi acusado de liderar da organização criminosa.

A defesa do senador, entretanto, apresentou diversos recursos aos tribunais tentando anular as investigações. Após muitas idas e vindas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as quebras de sigilo bancário e fiscal determinadas pelo juiz Flávio Itabaiana, sob o entendimento de que ele não fundamentou adequadamente a justificava para autorizar as quebras.

Depois, o próprio STF determinou a anulação de parte dos relatórios do Coaf usados na investigação, por entender que foram produzidos de forma ilegal. Isso acabou esvaziando as provas da denúncia. Por isso, o atual procurador-geral Luciano Mattos, que assumiu o comando do MP do Rio em janeiro do ano passado, entendeu que não era possível o prosseguimento da acusação e que as investigações precisariam ser refeitas.

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