Governador de SP defende busca por novo presidenciável da terceira via
Rodrigo Garcia (PSDB) diz que judicialização da disputa no partido 'não é política'
Após o ex-governador João Doria (PSDB-SP) ameaçar recorrer à Justiça para ser o candidato a presidente do PSDB, o seu sucessor e atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, defendeu nesta quarta-feira a continuidade do acordo dos partidos da terceira via para escolher um nome competitivo na corrida pelo Palácio do Planalto.
"Vamos conversar com o PSDB e com o MDB para encontrar um nome que a gente apresente em conjunto e com chances reais de ser uma alternativa de poder para o Brasil", afirmou o governador após uma visita às obras do Museu do Ipiranga, cuja reabertura em setembro será usada como vitrines de sua campanha à reeleição.
A fala do atual governador de São Paulo ocorre um dia após a maioria da Executiva Nacional tucana aumentar a pressão pela retirada da candidatura de Doria. Ao mesmo tempo, o PSDB tenta um acordo para viabilizar um nome junto a MDB e Cidadania por meio de um critério de pesquisa. Esse parâmetro, porém, coloca a senadora Simone Tebet (MDB-MS) em posição de vantagem em relação a Doria, que tem mais rejeição nas pesquisas de opinião.
O tom de Garcia difere da ofensiva jurídica adotada por Doria. O ex-governador escalou o advogado Arthur Rollo nos últimos dias para defender que, se o paulista não for candidato, o PSDB tem que rejeitar a aliança. Para Garcia, a solução do impasse político no PSDB precisa ser resolvida pela política e não no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Eu sempre defendo o entendimento da política. Quando a política precisa ir para o Judiciário não é a política", afirmou Garcia, ao tratar da possibilidade de judicialização da disputa por Doria.
A defesa de Doria, no entanto, sustenta que a executiva "não tem poder para deliberar sobre a aliança partidária", e suas decisões sobre candidaturas têm caráter apenas homologatório do resultado das prévias presidenciais, cuja disputa foi vencida por Doria em dezembro.
Num movimento de se descolar de Doria, Garcia tem evitado falar sobre a crise no partido e focado em agendas positivas para se tornar conhecido em São Paulo. Ele e o antecessor tampouco têm feito agendas juntos. De acordo com a última pesquisa Datafolha, 85% da população não sabem quem é o governador de São Paulo.
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