Eleições: PF propõe reunião de planejamento da segurança com partidos
Corporação desenvolveu metodologia para traçar os riscos de cada candidato e, a partir disso, definir o tamanho das equipes
A Polícia Federal expediu ofícios nesta segunda-feira para convidar os presidentes de todos os partidos políticos para participar da primeira reunião sobre o planejamento da segurança dos candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano .
Esse evento deve ser realizado no dia 31 de maio. Apesar de o período de campanha só começar oficialmente em 16 de agosto, a PF já começou a traçar as estratégias para esse trabalho de segurança.
"Firme no propósito institucional de aperfeiçoar a sua forma de atuação e de mitigar os riscos para a segurança dos candidatos e de todos os envolvidos no processo democrático eleitoral, a Polícia Federal tem antecipado as suas ações visando a elaboração do planejamento operacional para as eleições presidenciais de 2022 e dos planos de ação de segurança pessoal dos candidatos", diz o ofício, assinado pelo delegado Marinho da Silva Rezende Júnior, diretor-executivo substituto.
A equipe da PF dedicada ao assunto desenvolveu uma metodologia, batizada de "matriz de proteção aos presidenciáveis", que estipula critérios para definir o tamanho do efetivo de segurança policial a ser destacado para cada um dos presidenciáveis.
Além disso, a PF integrou os trabalhos das unidades de inteligência de todas as Superintendências para agilizar o fluxo de informações sobre possíveis riscos aos candidatos.
A depender do risco, as equipes destacadas para cada candidato serão maiores ou menores. Uma campanha com risco máximo deve contar com o apoio de aproximadamente 30 policiais federais.
O efetivo total mobilizado para a proteção dos presidenciáveis é de aproximadamente 300 policiais, que estão passando por um treinamento específico sobre o tema e terão apoio de profissionais de outras áreas, como apoio logístico, inteligência, grupos táticos e outros.
Dois fatos ocorridos nas eleições de 2018 acenderam o alerta e justificaram a antecipação desse planejamento. O principal foi a facada desferida contra o então candidato Jair Bolsonaro durante um comício em Juiz de Fora (MG). Além disso, houve naquele ano o atentado a tiros a uma caravana da equipe de campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva .
A segurança do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha fica sob os cuidados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão vinculado ao Palácio do Planalto, que pode solicitar o apoio da PF para os compromissos dos candidatos.
As demais campanhas podem, após a homologação das candidaturas dos presidenciáveis, solicitar o trabalho de segurança da Polícia Federal para o pleito. Na reunião, os representantes da PF devem explicar os trâmites para essa solicitação, apresentar o planejamento já feito e os equipamentos de segurança que serão utilizados.