'Bandido que não quer ser morto, que não reaja', diz governador de SP
Pré-candidato à reeleição, Rodrigo Garcia vem fazendo acenos a policiais na tentativa de se aproximar do eleitorado conservador
Pré-candidato à reeleição, o governador, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (4), durante sabatina ao UOL e o jornal Folha de S.Paulo, que a polícia disse de São Paulo vai reagir contra a alta dos crimes patrimoniais e disse que "bandido que não quer ser morto, não reaja".
Ao tratar sobre o anúncio que fez nesta manhã sobre grandes operações policiais contra roubos, furtos e golpes de pix, Rodrigo ainda reiterou o que disse mais cedo em coletiva à imprensa: "bandido que levantar a arma contra polícia vai levar bala".
Nas últimas semanas, o governador tem feito acenos às polícias e aposta em ações na área de segurança na tentativa de se aproximar do eleitorado conservador. A ofensiva faz parte de um esforço para decolar nas pesquisas de opinião e descolar sua imagem do ex-governador João Doria, que é pré-candidato à presidência, e que tinha a antipatia do segmento em razão de seu discurso antibolsonaro e tem alta rejeição nas pesquisas de intenção de voto.
"Anunciei uma operação pra sufocar o crime em São Paulo. Vamos dobrar o número de policiais dedicados à capital e chegar a 10 mil homens (...) Eu disse que bandido que cometer crime vai ser preso e quem levantar arma vai tomar bala", disse Rodrigo, que ainda acrescentou: "Acredito que a polícia deve e vai reagir contra o crime. Bandido que não quer ser morto, que não reaja quando for abordado. Isso é defender a vida do policial e fazer com que, dentro dos limites da lei, ele possa reagir. Quero passar uma mensagem de mais segurança pra população", complementou.
O patamar dos crimes patrimoniais se aproxima do registrado antes da pandemia, e as autoridades o relacionam ao aumento da circulação de pessoas. Na semana passada, o governador trocou o comando da PM e da Polícia Civil e empossou nomes operacionais nas chefias, que estavam diretamente ligados à organização de tropas ou investigações. De acordo com aliados do governador, diante do avanço do pré-candidato de Jair Bolsonaro ao governo e ex-ministro, Tarcísio de Freitas (PL), nas intenções de voto em São Paulo, a prioridade à Segurança para a imagem da campanha do tucano tornou-se mais urgente.
Ainda na área de segurança, Rodrigo tratou de uma das pautas que tem sido explorada por Tarcísio, que tem prometido acabar com as câmeras instaladas nos uniformes dos integrantes da PM — política que, aliás, reduziu a violência, de acordo com estudos. O governador chegou a colocar em dúvida o uso do equipamento, mas agora afirmou que a ação colocada em prática pela gestão de Doria será mantida.
"Hoje não tenho dúvida de que é um avanço para a polícia de São Paulo e para o cidadão."
Distanciamento de Doria
Rodrigo também foi perguntado se vai "esconder" que tem o apoio de Doria durante a campanha, já que os adversários já começam a tentar colar a rejeição do antecessor no governador. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, 66% dos eleitores não votariam num candidato apoiado por Doria.
O governador afirmou que a eleição presidencial não pode pautar o debate político no estado e disse que São Paulo "não vai aindar na garupa de ninguém".
"Não sou candidato de A ou B. Sou candidato da minha história e por tudo que penso. São Paulo não vai andar na garupa de ninguém nas eleições nacionais. Tem o debate nacional, mas não se trata de discutir o Brasil", afirmou o governador.
Para se desvincular do antecessor, Rodrigo tem lembrado que também foi secretário do ex-governador Geraldo Alckmin e trabalhou também na gestão de Mário Covas.
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