Lula diz que só vai escolher equipe de governo se vencer eleição
Em entrevista, ex-presidente brincou com decisão de comitê da ONU e disse que deveriam "revogar o mandato de Bolsonaro"
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta sexta-feira que não deve escolher nomes de sua eventual equipe antes da eleição de outubro. A declaração foi feita à "Rádio Jornal" de Recife.
"Se você escolher seu time antes das eleições, você pode não ganhar as eleições, porque você começa a gerar discórdia dentro do seu próprio time. É preciso ter muito cuidado" declarou.
O ex-presidente havia sido questionado se o "time" petista seria parecido com o de 2003 , com várias figuras importantes do PT no alto escalão do governo, como José Dirceu e José Genoino.
Ele evitou comentar sobre outro nome ligado aos seus primeiros governos, o do ex-ministro Antonio Palocci, quem considerava amigo até sua delação na Lava-Jato. Perguntado se perdoaria o ex-petista, Lula evitou mencioná-lo e afirmou que quem deveria pedir-lhe desculpa são seus acusadores.
O petista aproveitou para comentar a recente decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que concluiu na quinta-feira que o ex-presidente havia sido julgado com parcialidade no âmbito da operação e teve seus direitos político e de privacidade violados.
"O correto seria revogar o mandato do Bolsonaro e me colocar na Presidência. Como (o mandato) já está no fim, eu também não quero (mais). Então que deixe as eleições serem democráticas" declarou.
Disputa em Pernambuco
Perguntado sobre quem seria seu candidato em Pernambuco, a ex-petista Marília Arraes ou Danilo Cabral, do PSB, Lula afirmou que ficaria com o pessebista pelo acordo seu os dois partidos para a eleição no estado.
'Tenho um acordo com o PSB, que é nacional. Então meu candidato é o Danilo. Embora eu mantenha toda relação que eu tenho de respeito pela Marília, eu, sinceramente, vou trabalhar para que Danilo seja o governador do estado de Pernambuco" disse Lula.
Marília deixou o PT em março para disputar o governo pelo Solidariedade, decisão que pegou o comando petista de surpresa. O partido havia aceitado lançá-la ao Senado na chapa que será encabeçada por Cabral.
A deputada, no entanto, tem colocado o ex-presidente em seu material de pré-campanha mesmo assim.
Lula afirmou que não vai "criar nenhum problema" caso outros políticos, mesmo os conservadores, queiram apoiá-lo na eleição.
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