'Decisão estúpida', diz Lula sobre indulto de Bolsonaro a Silveira
Petista afirmou que não comentou o caso antes para não atender objetivo do presidente
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, em entrevista a sites e blogueiros de esquerda, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tomou uma "decisão estúpida" ao conceder indulto da graça ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) . O petista ainda justificou que não comentou o caso antes para não ajudar o atual mandatário a dominar o noticiário.
"Eu acho que o Bolsonaro foi estúpido quando fez essa decisão, essa graça que ele fez. Porque ele acha que é graça mesmo, não do benefício jurídico, mas graça do ponto de vista de sorrir. Acho que ele foi medíocre" disse Lula.
O ex-presidente ainda frisou que todo o que Bolsonaro era pautar as discussões políticas.
Lula disse também não ver necessidade de conversar com pastores e defendeu o diálogo direto com o povo evangélico. O petista ainda afirmou que o seu governo, caso eleito, não tem que ser “necessariamente mais à esquerda”.
"A gente não tem que conversar com pastor. Não tem que ficar atrás daquele farofeiro que fala, fala, fala em nome de Deus cometendo pecado todo dia. Até porque utilizar o nome de Deus em vão é um pecado. Temos que conversar com o povo, o homem e a mulher evangélica" respondeu Lula, ao ser questionado sobre como seria a sua relação com os evangélicos.
O ex-presidente falou ainda que “não se pode confundir o povo evangélico com alguns pastores”. Ele elogiou essa parcela da população dizendo que eles são “espertos, inteligentes e cuidam da família como se deve cuidar”. De acordo com o ex-petista, nas conversas é preciso enfatizar que em seu governo os evangélicos foram mais bem tratados porque ganhavam mais e comiam melhor.
Lula ainda atacou o presidente Jair Bolsonaro ao dizer, que o atual mandatário, apesar de fazer discurso para os religiosos, “não acredita em Deus”.
No começo do mês, Lula enfrentou desgate com os evangélicos ao afirmar que toda mulher deveria ter direito ao aborto.
Ainda na entrevista desta terça-feira, o ex-presidente foi perguntado sobre como um novo governo seu se posicionaria do ponto de vista ideológico e negou a intenção de fazer um governo mais à esquerda.
"Necessariamente eu não tenho que ser um presidente mais à esquerda ou mais à direita ou mais ao centro, eu tenho que ser presidente. Conhecer a realidade e saber o que pode ser feito" respondeu.
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