PSDB faz movimentações com Eduardo Leite em meio a incerteza de Doria

Ex-governador do Rio Grande do Sul vê possibilidade de concorrer à presidência pela legenda

PSDB faz movimentações para manter Leite em meio a incerteza de Doria
Foto: Divulgação/Maicon Hinrichsen - 09/03/2022
PSDB faz movimentações para manter Leite em meio a incerteza de Doria

Em meio às idas e vindas sobre a renúncia do governador de São Paulo, João Doria, um correligionário do PSDB acompanha atentamente a movimentação do paulista: Eduardo Leite, que oficializou sua saída do governo do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira. Leite decidiu no fim de semana permanecer no PSDB, após lideranças do partido apresentarem caminhos alternativos ao gaúcho, que avaliava migrar para o PSD, de Gilberto Kassab, para  concorrer  à Presidência.

Um desses caminhos levantados nos bastidores tucanos foi que Leite herdasse a candidatura presidencial do PSDB, no lugar de Doria. A possibilidade de que o resultado das prévias, vencidas por Doria, fosse revertido em favor de Leite no período das convenções partidárias, quando as candidaturas são oficializadas, incomodou o governador paulista nos últimos dias. O período das convenções está marcado pela Justiça Eleitoral entre meados de julho e início de agosto.

Em meio à insegurança de perder o posto de presidenciável para Leite, Doria acenou na manhã desta quinta-feira com um recuo em sua renúncia, para seguir no governo de São Paulo e concluir o mandato. Para apagar o incêndio, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, escreveu uma carta reafirmando que Doria será o candidato tucano ao Palácio do Planalto e que o resultado das prévias será respeitado.

A hipótese de Doria seguir no governo estadual desorganizou os planos do PSDB, que apostava na candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), tendo como trunfo a ideia de ele ocuparia a cadeira de governador a partir de abril. Garcia ameaçou nesta quinta-feira romper com Doria e migrar para o União Brasil.

Presidência do PSDB
Outra possibilidade levantada para Leite foi a de que, permanecendo na legenda, ele pudesse assumir a presidência nacional do PSDB no lugar de Bruno Araújo a partir de 2023. Com isso, Leite se tornaria a principal liderança do partido, num gesto de renovação para construir um projeto presidencial para 2026. Segundo interlocutores, o gesto da cúpula do PSDB teria agradado o governador gaúcho.

Até a carta de Araújo nesta quinta, no entanto, reafirmando a candidatura de Doria, o PSDB vinha sugerindo a possibilidade de uma mudança de curso na corrida ao Planalto.

Numa carta anterior, endereçada a Leite no último dia 18 e assinada pelas principais lideranças do PSDB, o partido disse "não admitirmos a possibilidade" de perdê-lo para outra sigla "nesse momento crucial para a história do Brasil". Sem mencionar o nome de Doria, os caciques tucanos disseram a Leite que o país estava à espera "de alguém que possa liderar uma campanha, ao mesmo tempo, empolgante, propositiva e viável".

O próprio Leite vem acenando estar aberto a uma candidatura à Presidência. Na segunda-feira, dia em que anunciou que deixaria o governo gaúcho, ele afirmou ser "legítimo" discutir com outros partidos a existência de nomes mais viáveis ao Planalto. Na ocasião, Leite declarou que era preciso manter essa decisão "acima das prévias, acima dos partidos, acima das aspirações pessoais".

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