Pastor lobista do MEC viajou com Milton Ribeiro em avião da FAB

Segundo jornal, Arilton Moura participou de viagem para o Maranhão em maio de 2021

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 17.03.2022
Ministro da Educação, Milton Ribeiro

Um dos pastores que foi citado como possível lobista na liberação de verbas do Ministério da Educação, Arilton Moura, da Igreja Cristo para Todos , participou de um viagem do ministro da Educação, Milton Ribeiro, de Brasília a Alcântara (MA), em maio de 2021, em um voo oficial com aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira). A informação foi revelada pelo jornal " Folha de S.Paulo ".

Autoridades e lideranças evangélicas estão cobrando explicações do presidente Jair Bolsonaro e de Milton Ribeiro , após virem a público os indícios de favorecimento na liberação de verbas a prefeitos indicados por Arilton Moura, e outro pastor chamado Gilmar Santos. Embora não tenham cargo público, os dois religiosos atuam como uma espécie de assessores informais do ministro, intermediando reuniões com chefes de executivos municipais de diferentes regiões do país.

Na semana passada, o jornal " O Estado de S. Paulo " revelou que os dois pastores frequentavam o gabinete de Milton Ribeiro e, segundo as denúncias, facilitavam ilegalmente o acesso de prefeitos ao MEC para obtenção de verbas da Educação para seus municípios .

Nenhum dos dois pastores citados possuem vínculo formal com o MEC. O pastor Gilmar Santos é presidente da Convenção Nacional das Igrejas e ministro das Assembleias de Deus no Brasil. Já Arilton Moura atua como assessor da entidade. Os pastores são desconhecidos de lideranças evangélicas influentes, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

Após as denúncias, o ministro Milton Ribeiro divulgou uma nota negando as irregularidades e blindando o presidente Jair Bolsonaro . Segundo ele, todas as solicitações feitas ao MEC são encaminhadas para avaliação da área técnica. Ribeiro disse ainda que tem compromisso com a laicidade do estado. Na nota, o ministro não esclareceu, entretanto, o motivo de dois pastores alheios à administração pública terem acesso frequente ao gabinete e fazerem a ponte entre prefeituras em busca de verbas do MEC.