Joaquim Barbosa não descarta tentar presidência, mas vê "prazo curto"
Ex-presidente do STF também afirmou que "jamais votaria em Bolsonaro" e que ainda não definiu seu candidato, caso não concorra
O ex-presidente e ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa disse que não descarta concorrer à presidência da República nas eleições deste ano. No entanto, Barbosa diz não ter procurado nenhum partido, o que minimiza a possibilidade dele de tentar o pleito — uma vez que a filiação a alguma legenda deve ser definida até abril.
"Em princípio sim [existe a possibilidade], mas o prazo está muito curto e não tenho mais filiação partidária. Não procurei nenhum partido, estou tocando minha vida. Essa decisão teria que ser tomada até o começo de abril. Não sei se tem partidos por aí que querem uma pessoa tão ranzinza como eu", afirmou durante entrevista ao programa Conversa com Bial.
“Filiação a um partido não é uma coisa tão simples, né? Há partidos que não querem ter candidatos à Presidência. O jogo eleitoral no Brasil mudou muito. A conquista do poder, hoje, não tem como troféu máximo chegar à Presidência da República”, emendou.
O ex-ministro chegou a ser cogitado como candidato em 2018, quando se filiou ao PSB, mas desistiu de concorrer ao pleito um mês depois.
O jurista ainda falou sobre Moro , Bolsonaro, PT e o PSDB. Perguntado se o ex-juíz errou ao não ser transparente nos processos contra o ex-presidente Lula, Barbosa negou. Segundo ele, o 'pecado' de Moro foi "cofiar em Bolsonaro" ao aceitar o cargo de ministro da Justiça.
Barbosa ainda afirmou não ter escolhido seu candidato, mas cravou que "jamais votaria em Bolsonaro".
"O Brasil é um país estagnado, milhões e milhões de pessoas no desamparo absoluto, nós temos uma juventude que vive em total desassossego. E eu não vejo o governo preocupado com esse tipo de coisa".
Questionado sobre o PT e o PSDB, Barbosa disse que, durante o primeiro governo Lula, o partido tinha uma "ambiência social-democrata, mas a partir do momento que outros assuntos entraram em jogo, mudou". Já o PSDB , o ex-ministro classificou como "meio embromador" e afirmou que o partido se distanciou da social-democracia.