Após Caso Arthur do Val, presidente diz que Alesp repudia sexismo

Em pronunciamento, Carlão Pignatari disse que 'nenhum caso ficará sem resposta'; Mamãe Falei é alvo de pedidos de cassação de mandato

Foto: Reprodução/ Alesp
Carlão Pignatari, presidente da Alesp

Ao abrir a sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta segunda-feira (7), o deputado estadual e presidente da Casa, Carlão Pignatari (PSDB), ressaltou que o Parlamento dará uma resposta a todos os casos apurados pelo Conselho de Ética. O episódio em pauta envolve Arthur do Val (Podemos), parlamentar do MBL que fez  declarações sexistas sobre as mulheres ucranianas durante uma suposta missão no país em guerra.


"Quero abrir esta sessão afirmando que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo repudia comportamentos sexistas, machistas ou qualquer tipo de preconceito ou incitação ao ódio.

Sob minha presidência, nenhum caso ficará sem resposta. Nada será varrido para debaixo do tapete. É esse o meu compromisso", declarou Pignatari.


Em uma série de áudios enviados em um grupo de mensagens, Arthur do Val, também conhecido como “Mamãe Falei”, diz que as ucranianas "são fáceis" porque "são pobres", diz que limparia o ânus das militares com a língua e cita uma viagem que seu companheiro de MBL e de "missão", Renan Santos, faz todo ano à Europa, que eles chamam de "tour de blonde", pois o homem só se relaciona com loiras.


As mensagens vieram à tona por meio do portal Metrópoles na noite de sexta (4) e, desde então, o deputado foi alvo de uma série de manifestações de repúdio. De celebridades, de políticos , de seu próprio partido , que prometeu abrir uma apuração interna sobre o caso, e agora da Assembleia.


Segundo a Folha de S. Paulo, 10 pedidos de cassação do mandato do parlamentar já foram registrados no Conselho de Ética da Alesp. Em sua defesa, o deputado alegou que o contexto em que as mensagens foram compartilhadas é diferente do contexto da viagem e minimizou o caso , classificando como "um erro em um momento de empolgação".


"Com coragem, o Conselho de Ética nesta gestão tem sido acionado para cumprir o seu dever e analisado, de forma independente e imparcial, denúncias graves. O plenário tem tratado todos os casos com a seriedade que requer, aplicando punições nunca antes vistas neste parlamento.

É intolerável, principalmente nos tempos atuais, que pessoas tenham comportamentos repugnantes, principalmente na função pública. As palavras, posições e decisões pessoais de um parlamentar não representam, de forma alguma, a Assembleia Legislativa de São Paulo, tampouco o conjunto de deputados e deputadas que a formam", frisou o presidente da Casa, sem citar Arthur diretamente.

Pignatário afirma ainda que essa não é a primeira vez que o colegiado vai analisar a falta de decoro por comportamento sexista, preconceito ou incitação ao ódio, mas diz esperar que seja a última. 

O conselho é composto por nove parlamentares, entre homens e mulheres, de diversos partidos. O trabalho do grupo consiste em analisar os casos denunciados, ouvir a defesa e propor uma penalidade, que pode ser desde uma advertência à perda temporária ou definitiva do mandato. Seja qual for a punição, ela deverá ser aprovada pelo Plenário da Alesp.

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