Moro defende Kim Kataguiri após declaração antissemita: 'gafe verbal'

Moro ponderou que Kim não pode ter histórico parlamentar apagado pelo episódio. Kim participou do Flow Podcast e disse achar errada a criminalização do nazismo

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Moro diz que fala de Kataguiri sobre descriminalização do nazismo foi um 'erro brutal'

O ex-juiz Sergio Moro saiu em defesa de seu aliado, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), alguns dias após ele ter se posicionado contra a criminalização do nazismo na Alemanha. Moro disse que Kim cometeu um uma "gafe verbal" e um "erro brutal", mas que isso não reflete o que ele pensa e não pode apagar o histórico do parlamentar.

" Ele já pediu desculpas. Eu acho que ele se equivocou profundamente em relação a essa fala e ele já pediu as escusas, pediu as desculpas a todas as pessoas, como tem que ser" , disse Moro, durante entrevista a jornalistas no Piauí.

E acrescentou:

"Ele tem um histórico como parlamentar. Não vamos apagar esse histórico porque ele cometeu esse erro brutal... Mas não reflete o que ele pensa, foi uma gafe verbal. "

Moro tem uma relação de confiança com Kim. Em janeiro, o ex-juiz foi convencido pelo deputado a fazer uma transmissão ao vivo nas redes sociais para prestar esclarecimentos sobre o dinheiro recebido por serviços prestados à consultoria Alvarez & Marsal, no lugar de apenas publicar um vídeo gravado.

Na ocasião, Moro aceitou o conselho, desde que Kim participasse da transmissão ao seu lado, o que de fato ocorreu.

Além disso, o ex-juiz tem destacado em diversas entrevistas que aposta no conhecimento do Movimento Brasil Livre, grupo ao qual Kim faz parte, sobre estratégias de comunicação digital para a sua pré-campanha.

O MBL é uma entidade civil criada em 2014 com o mote do combate à corrupção. O grupo atuou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Recentemente, Moro também disse que obter o apoio de grupos como o MBL pode ser mais relevante do que fechar alianças com partidos políticos.

A fala de Kim foi feita durante participação no Flow Podcast exibida na última segunda. Na ocasião, o apresentador Monark defendeu que seja possível a criação de partido nazista reconhecido pela lei.

A deputada Tabata Amaral (PSB-RJ), que também participava da transmissão, rebateu Monark e disse que a liberdade individual termina a partir do momento que fere a de outra pessoa.

"A questão é: se o cara quiser ser um anti-judeu ele tinha que ter direito de ser ", completou o apresentador.

Foi então que Kataguiri disse achar errada a criminalização do nazismo. O debate levou os nomes dos deputadios à lista de assuntos mais comentados das redes sociais.

Procurado pelo GLOBO, Kataguiri respondeu que sua fala foi “infeliz” ao falar descriminalização total e que, na realidade, defendia que as pessoas tivessem acesso às obras para “repudiar os horrores do nazismo”.