Sem acordo: PSB pede mais poder em federação com PT, PCdoB e PV
Partidos também precisam definir nos próximos dias impasse envolvendo disputas estaduais em São Paulo, Rio Grande do Sul e Espírito Santo
O número de assentos que caberiam ao PSB numa eventual federação com PT, PV e PCdoB, além de impasses na composição de palanques estaduais, mantém as negociações entre os partidos estacionadas. Na reunião realizada nesta quinta-feira em Brasília, os caciques das legendas decidiram que passarão a tratar da situação de cada estado individualmente, em vez de tentarem desatar todos os nós de uma só vez.
O PSB sugeriu que a assembleia do grupo considere em sua composição, além da proporcionalidade existente na Câmara dos Deputados, o número de prefeitos e vereadores eleitos por cada partido no pleito de 2020. Neste caso, o PSB ganharia certa vantagem, já que elegeu 250 prefeitos, contra 179 prefeitos petistas.
Pelo modelo atual, o mesmo adotado pela Justiça Eleitoral para distribuição de fundo partidário, que considera as bancadas de deputados de cada partido, o PT teria 27 membros na assembleia, o PSB 15, enquanto PCdoB e PV teriam quatro, respectivamente.
Sem consenso, um novo encontro para tratar das regras da composição da federação está previsto para daqui a cerca de dez dias.
Outro ponto de divergência envolve proposta do PSB para que a maioria qualificada dos votos na assembleia da federação corresponda a quatro quintos de seus membros. O PT, por sua vez, defende a formação de maioria por dois terços.
Entre questões consensuais apresentadas hoje pelo PSB está considerar como "candidaturas natas" aquelas que envolvam a reeleição de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Neste caso, a solução evita embates nessas situações em 2024, caso a aliança se confirme.
Estiveram presentes no encontro desta quinta-feira, na sede do PSB, em Brasília, os presidentes do PSB, Carlos Siqueira, do PT, Gleisi Hoffmann, do PCdoB, Luciana Santos, e do PV, José Luiz Penna.
Pelas regras, caso se juntem, as siglas teriam que atuar como se fossem um único partido pelo prazo de quatro anos nos planos federal, estadual e municipal. A federação só permite um candidato em cada estado.