Em mais um episódio de prejuízos para a cultura do Brasil, em julho deste ano, um dos galpões da Cinemateca foi atingido por um incêndio de grandes proporções . O incidente ocorreu no dia 29 daquele mês, pouco depois de o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) alertar o governo federal sobre o risco.
O fogo destruiu grande parte do acervo audiovisual brasileiro — a Cinemateca é responsável justamente pela preservação dessa produção. Com isso, o governo Jair Bolsonaro foi alvo de críticas por parte de artistas
e opositores, que apontaram descaso com a cultura do país. O episódio também marcou embates entre a gestão federal e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O tucano apresentou um pedido formal para que a União repassasse a administração do espaço
ao governo estadual e à prefeitura da capital paulista, mas teve o pleito negado. Já o secretário especial de Cultura, Mário Frias, culpou os governos petistas pelo incêndio
.
"O estado que recebemos a Cinemateca é uma das heranças malditas do governo apocalíptico do petismo, que destruiu todo o estado para rapinar o dinheiro público e sustentar uma imensa quadrilha de corrupção e sujeira criminosa", acusou em um post no Twitter.
Atualmente, o espaço é administrado pela Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), que venceu o edital para geri-lo por cinco anos. No mês passado, a diretora-executiva da SAC, Maria Dora Mourão, disse à Folha de S. Paulo que o plano inicial era analisar todo o material, avaliar as condições e depois reabrir para o público, o que ela espera fazer no primeiro semestre do próximo ano.