Retrospectiva 2021: Trocas no governo Bolsonaro

Apesar da promessa feita em 2018 de "enxugar" o Estado e reduzir o número de ministérios, passando dos 29 do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) para 15, Bolsonaro fecha o ano de 2021 com 23 pastas. Além disso, o atual chefe do Executivo superou a rotatividade de ministros dos governos Dilma, Lula e FHC. Veja o que mudou no governo durante o ano de 2021

12/02 - Roma na Cidadania; Onyx na Secretaria-Geral da Presidência

A primeira troca de 2021 ocorreu em fevereiro, quando o deputado federal João Roma (Republicanos-BA), membro do centrão, substituiu Onyx no Ministério da Cidadania. Onyx, por sua vez, passou a ocupar o posto de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

Reprodução/Flickr

24/02 - Banco Central perde status de ministério

Ainda em fevereiro, Bolsonaro sancionou o projeto de autonomia do Banco Central. Com isso, o presidente do BC, Campos Neto, perdeu o status de ministro. Campos Neto comemerou a decisão. Segundo ele, a nova lei facilitaria a entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

José Cruz/Agência Brasil

23/03 - Queiroga substitui Pazuello no Ministério da Saúde

Após muita pressão pela má gestão da pandemia de Covid-19, o general Pazuello se demitiu do cargo. A pasta passou a ser chefiada pelo cardiologista Marcelo Queiroga, o quarto ministro da Saúde desde o início do mandato de Bolsonaro.

Reprodução iG Minas Gerais

29/03 - Dança das cadeiras: seis mudanças de uma só vez

No final de março, Bolsonaro surpreendeu ao mexer com quase um quarto de seus 22 ministérios. Entre outros motivos, a reforma foi considerada por analistas como uma estratégia para acomodar o centrão e, assim, barrar uma eventual abertura de processo de impeachment. Veja as trocas a seguir:

O Antagonista

29/03 - Ministério da Defesa

Fernando Azevedo e Silva deixa a pasta, que passa a ser ocupado pelo general Walter Braga Netto, então ministro-chefe da Casa Civil

Fernando Frazão/Agência Brasil

29/03 - Ramos assume Casa Civil

Com a saída de Braga Netto, o general Luiz Eduardo Ramos, então ministro-chefe da Secretaria de Governo, assumiu a Casa Civil.

Marcos Corrêa/PR

29/03 - Representante do centrão na Secretaria de Governo

A deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) assume o lugar de Ramos como ministra-chefe da Secretaria de Governo. Foi a segunda representante do centrão no alto escalão do governo.

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

29/03 - Mendonça volta à Advocacia-Geral da União

Hoje aprovado no STF, André Luiz Mendonça deixou o Ministério da Justiça em março para voltar à AGU (Advocacia-Geral da União), substituindo José Levi.

Reprodução - Senado Federal

29/03 - Justiça também troca de representante

Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, assume o cargo de Mendonça no Ministério da Justiça.

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

29/03 - Ernesto Araújo deixa o governo

Pressionado pelo centrão, o chanceler pediu demissão do Ministério das Relações Exteriores, dando lugar a Carlos Alberto França.

Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy

23/06 - Alvo da PF, Salles pede demissão

Investigado por suposto envolvimento em esquema de exportação ilegal de madeira, Salles pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente. Em seu lugar, Bolsonaro nomeou Joaquim Álvaro Pereira Leite, que atuou por mais de 23 anos como conselheiro da SRB (Sociedade Rural Brasileira).

Reprodução/Flickr

27/07 - Ciro Nogueira entra para "salvar" governo

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) aceitou o convite feito por Bolsonaro para assumir o comando da Casa Civil e facilitar a articulação do Executivo com o Congresso. Assim, general Ramos voltou a ocupar o cargo de chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

Pedro França/ Agência Senado

28/07 - Onyx é novamente realocado

Com Luiz Eduardo Ramos voltando à Secretaria-Geral da Presidência, Onyx assumiu o recém-recriado Ministério do Trabalho e Previdência.

Carolina Antunes/PR

06/08 Mendonça deixa a AGU rumo ao STF

Nomeado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal, Mendonça deixa a advocacia-geral da União, que passa a ser chefiada por Bruno Bianco.

REPRODUÇÃO/AGÊNCIA BRASIL