PSOL pede a Leite investigação sobre ameaças a vereadores negros no RS

Ameaça de morte tinha assinatura de um nome de iniciais RWA, utilizada em outras nove ocorrências

Foto: Divulgação
Bancada negra de Porto Alegre (RS)

Após parlamentares da bancada negra da Câmara Municipal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, serem ameaçados de morte , o PSOL pediu investigação do caso ao governador do estado, Eduardo Leite (PSDB). A bancada do partido na Câmara dos Deputados também enviou ofício para Arthur Lira (PP-AL), enfatizando a gravidade do caso e pedindo posicionamento do presidente da casa.

No último dia 6, os vereadores negros da capital gaúcha Karen Santos (PSOL), Matheus Gomes (PSOL), Laura Sito (PT), Daiana Santos (PCdoB) e Bruna Rodrigues (PCdoB) foram alvos de ameaças, ataques racistas e LGBTfóbicos através de mensagens de email.

Segundo divulgou o PSOL, uma pessoa que se identifica como moradora do Rio de Janeiro disse que iria até Porto Alegre para executar os parlamentares negros. O e-mail diz ainda que a Câmara de Vereadores da capital gaúcha seria um espaço destinado a “homens brancos de bem”.

Os parlamentares da bancada negra registraram um boletim de ocorrência sobre o caso. A vereadora Karen Santos afirmou que denunciou o e-mail "criminoso, com conteúdo extremamente violento, racista, machista e misógino" na delegacia de crimes cibernéticos, em Porto Alegre.

Já o vereador Matheus Gomes apontou que as ameaças foram acompanhadas de agressões racistas com uso das expressões como “macacas fedorentas”, “aberrações” e “símios”. Ele afirmou ainda que o governador Eduardo Leite se comprometeu com o grupo em priorizar o tema com a secretaria de Segurança Pública do estado.

No ofício eviado pela bancada do PSOL ao presidente da Câmara, Arthur Lira, o partido diz que a tentativa de intimidação dos parlamentares da bancada negra demonstra que as instituições precisam reagir com vigor contra a violência política e racial.

“No contexto de ascensão da extrema-direita, a situação em que se encontra o país é de enorme gravidade e demonstra uma escalada de violência que coloca em risco a própria democracia brasileira", destaca um trecho do documento.