Doria apresenta grupo de economistas para campanha e alfineta Guedes
Governador paulista minimiza resultado ruim na última pesquisa Ipec, em que aparece com 2%, e sugere apoio do Cidadania
Governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, João Doria anunciou nesta quinta-feira, em evento num hotel no centro da capital paulista, novos nomes do seu "comitê econômico". Ele já havia escalado para a equipe seu secretário da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles, filiado ao PSD, que lançou a pré-candidatura de Rodrigo Pacheco à Presidência.
O grupo agora conta com as economistas Ana Carla Abrão, Zeina Latif e Vanessa Rahal Canado. O comitê ajudará Doria a formular as políticas econômicas que pretende apresentar em sua campanha em 2022.
A goiana Abrão é doutora em economia pela USP e foi economista do Banco Central e economista-chefe na consultoria Tendências. Canado é doutora em direito tributário pela PUC-SP e foi auxiliar de Paulo Guedes no Ministério da Economia de Jair Bolsonaro. Latif, por sua vez, é associada à Gibraltar Consultoria, doutora em economia pela USP e trabalhou em instituições como a XP, HSBC e Royal Bank of Scotland (RBS).
O evento foi realizado no Hotel Rosewood, dentro da Cidade Matarazzo, um complexo de luxo desenhado por arquitetos de renome ao lado da Avenida Paulista.
Num breve discurso à frente de um painel digital com a bandeira do Brasil, Doria criticou a condução econômica do governo federal e elogiou o currículo das três anunciadas ao seu comitê.
"A gasolina do Posto Ipiranga acabou. Nós não teremos Posto Ipiranga, teremos uma usina de talentos. Aqui não vai prevalecer o improviso", declarou o governador.
Doria afirmou que deve anunciar mais dois nomes da equipe econômica em janeiro. Segundo ele, os profissionais já estão integrados à equipe. Meirelles será o porta-voz.
Questionado sobre a baixa colocação nas pesquisas eleitorais (a última pesquisa Ipec o colocava com 2% das intenções de voto), Doria disse que o cenário deve mudar a partir de maio, quando a população, segundo ele, passará a se preocupar com eleições.
Ao discorrer sobre os encontros que tem feito com lideranças de outros partidos para debater 2022, o tucano declarou ter acordado com o Cidadania algum tipo de aliança, inclusive uma federação partidária. Ele também se reuniu nos últimos dias com a cúpula do futuro União Brasil, do Podemos e do MDB.
O tucano também comentou a operação da Polícia Federal que teve como alvos o também presidenciável Ciro Gomes e seu irmão, o senador Cid, na quarta-feira, supostamente para investigar desvios numa Arena Castelão, estádio construído para a Copa de 2014. Doria disse não ser capaz de afirmar se a ação da polícia teve motivação política, como acusam aliados e até adversários de Ciro.
"Tudo que o Brasil não precisa agora é da Polícia Federal intimidando pré-candidatos à Presidência da República".
Doria deve deixar o Palácio dos Bandeirantes em abril, dando lugar ao seu vice Rodrigo Garcia (PSDB). Vindo do DEM, Garcia tentará manter o predomínio tucano no estado de São Paulo que já dura 26 anos, desde a eleição de Mário Covas em 1995. O anúncio oficial da candidatura deve ser feito na semana que vem.