PF: deputado flagrado com dinheiro cometeu crime de peculato e lavagem
Polícia Federal encaminhou relatório final do inquérito ao STF sobre investigação de desvios de emendas do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA)
A Polícia Federal concluiu o inquérito contra o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) , flagrado manuseando caixas de dinheiro e repassando valores a aliados, e imputou ao parlamentar os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, pelo desvio de recursos de emendas parlamentares destinadas a prefeituras do Maranhão.
O relatório final foi enviado na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob sigilo. Caberá agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se apresenta denúncia contra Maranhãozinho. Essa investigação ficou conhecida como Operação Descalabro, deflagrada no final do ano passado.
O GLOBO mostrou no último dia 4 trechos de vídeo gravado em ação controlada da PF no qual o deputado entrega uma caixa de dinheiro a um aliado. A investigação concluiu que Maranhãozinho desviou recursos de emendas parlamentares destinados a prefeituras do Maranhão, por meio de pagamentos a empresas ligadas a ele. Os valores eram sacados em dinheiro vivo e devolvidos ao parlamentar, que também os redistribuía a aliados.
Maranhãozinho é aliado do presidente do PL , Valdemar Costa Neto, e chegou a cita-lo em áudios gravados pela PF, como mostrou O GLOBO. O PL é o partido ao qual o presidente Jair Bolsonaro se filiou para disputar a reeleição no próximo ano, em uma cerimônia em Brasília que contou com a presença de Maranhãozinho.
Além dessa investigação, o parlamentar também é alvo de um outro inquérito que apura novo esquema de desvios de recursos de emendas parlamentares. Por causa dessa nova linha de apuração, ele foi alvo de busca e apreensão deflagrada pela PF na semana passada.
Procurado, o deputado Josimar Maranhãozinho disse que "sempre se colocou à disposição dos órgãos de apuração" e que "sua conduta sempre foi pautada na legalidade".