Mendonça diz à CCJ que defenderá o casamento de pessoas do mesmo sexo
Indicado por Bolsonaro ao STF disse que sua "concepção de fé específica" não influenciará em suas decisões caso venha a ser ministro do Supremo
Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira (1), o segundo indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo, André Mendonça, disse que, caso seja aprovado na Corte, defenderá o direito de do casamento civil de pessoas do mesmo sexo.
"O casamento civil, eu tenho minha concepção de fé específica. Como magistrado da Suprema Corte, isso tem que estar abstraído, tenho que me pautar pela Constituição. Eu defenderei o direito constitucional do casamento civil de pessoas do mesmo sexo", disse, após o assunto ser provocado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
A resposta, porém, veio após o sabatinado ter se esquivado em um primeiro momento, ao ter dito apenas que respeitaria Contarato e sua família. O senador da Rede é casado com um homem e recentemente teve sua família atacada nas redes sociais por conta de sua orientação sexual.
"Espere de mim não compactuar com a discriminação, me permita integrar todos os direitos da comunidade LGBTQIA+, dos indígenas, mulheres, crianças e idosos, de buscar garantir esses direitos. Faço esse compromisso com Vossa Excelência e com o país", complementou Mendonça.
No início da sessão, o ex-advogado geral da União, classificado por Bolsonaro como "terrivelmente evangélico" , também se comprometeu a defender o Estado laico.
A sabatina de Mendonça deverá se estender até à noite. Ao final da sessão, o ex-ministro enfrentará uma votação na qual participarão os 27 senadores da comissão. Caso haja maioria simples de votos favoráveis, o parecer é encaminhado ao Plenário do Senado para votação secreta — etapa que pode ou não ser concluída ainda hoje.