Senado aprova indicação de ministro do TCU para embaixada em Portugal

Vaga deixada no TCU pelo novo embaixador é disputada por senadores como Kátia Abreu

Foto: Reprodução
Senado aprova indicação de ministro do TCU para embaixada em Portugal

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal aprovou a  indicação do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro, para assumir o posto de embaixador em Portugal. O ministro foi oficialmente indicado pelo presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira e sabatinado na tarde desta quinta-feira. A sabatina durou apenas uma hora.

Carreiro é ministro do TCU desde 2007 e presidiu o tribunal durante os anos 2016 e 2017. A vaga deixada por Carreiro no TCU é disputada por alguns senadores, como Kátia Abreu (Progressistas), presidente da CRE.

Durante a sabatina, o senador Renan Calheiros (MDB), relator da sabatina, definiu Carreiro como “ideal de servidor público” e disse que o ministro “sempre soube oferecer respostas seguras às demandas do presidente do Senado e demais senadores com sensatez”. O senador também afirmou que o ministro foi aprovado com unanimidade no Senado Federal para assumir o cargo no TCU, em 2007.

"Por sua longa dedicação à causa pública, pelo excelente diálogo que soube criar junto às mais elevadas instâncias formuladoras de políticas públicas em Brasília, pelo conhecimento que acumulou sobre o funcionamento do Estado e da sociedade brasileira. Por todas essas razões, o Dr. Raimundo Carreiro, se confirmado, e será confirmado pelo Senado Federal, saberá exercer com distinção a função de aprofundar o diálogo político e a cooperação com o Governo Português. E defender os interesses e projetar os valores da sociedade brasileira junto à portuguesa em postos diplomáticos. Considero como valorosa a indicação do senhor Raimundo Correia para preencher a vaga de embaixador de Portugal", disse o senador.

A senadora Kátia Abreu também teceu elogios ao ministro e disse que Carreiro poderia concorrer à presidência da República e vencer que “nós estaríamos em boas mãos”. Katia parabenizou a carreira e a ética do ministro. Além disso, a senadora declarou que Carreiro é um homem que “fala pouco e age muito”.

Raimundo Carreiro agradeceu a fala dos senadores e disse que Calheiros o deixou “realmente emocionado com seu relato”.

"O senhor presidente da República me honrou com essa indicação. Recebi com profunda humildade a indicação. Espero me colocar à altura desta prestigiosa tarefa e imenso desafio. Brasil e Portugal são igualmente alinhados na promoção do Estado de Direito, do desenvolvimento socioeconômico sustentável, das ações humanitárias globais e do meio ambiente também", disse Carreiro.

Em seu relato, o novo embaixador também declarou que está disposto a trabalhar com afinco e estreitar ainda mais as relações do Brasil com o governo português.

"O gigantesco desafio que a mim antepõe neste momento é assegurar-lhes que estarei habilitado a trabalhar. Isso, senhores senadores, é um compromisso que eu tenho com os senhores senadores, com o Senado Federal e esta comissão".

Carreiro também afirmou que recebeu esta manhã uma ligação do embaixador português para marcar um encontro e tratar da relação dos dois países. Em sua fala, Raimundo afirmou trabalhar para promover a relação de acordos entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (EU).

Relação com Bolsonaro

Raimundo Carreiro mantém boa relação com o presidente da República e já foi elogiado publicamente por Bolsonaro. Carreiro é relator da fiscalização dos gastos do cartão corporativo do presidente.

Após a indicação para assumir a embaixada em Portugal, Carreiro foi alvo de um pedido de suspeição protocolado na manhã da última sexta-feira no TCU pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), integrante da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados.

Em maio, o colegiado solicitou ao TCU uma auditoria nas despesas sigilosas do cartão utilizado pelo presidente da República para alimentação, hospedagem, transporte e entretenimento. O processo, conduzido por Carreiro, tramitou sob sigilo e foi concluído no dia 28 de setembro. Desde então, o caso se encontra à espera de um despacho do ministro para ir ao plenário.