Lira afirma que sua reeleição à presidência da Câmara independe de Bolsonaro

Atual mandatário da Casa volta a apontar "excessos" do Judiciário e revela que há a possibilidade do PP integrar uma chapa presidencial com a filiação do presidente no PL

Foto: Reprodução/Flickr
Lira afirma que sua reeleição à presidência da Câmara independe de Bolsonaro

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados,  afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que sua reeleição à presidência da Casa não tem relação com uma eventual vitória do  presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022. Segundo o parlamentar, "a vida do presidente Bolsonaro é uma. A minha vida é outra".

Um dos líderes do Centrão, o deputado revela ainda que, caso o presidente conclua sua filiação no Partido Liberal - de  Valdemar Costa Neto -, há a possibilidade de seu partido, o PP, indicar o candidato a vice da chapa presidencial.

"Há uma vontade, que ele sendo do partido da base, possa escolher o vice de outro partido que possa se coligar. Tem um caminho longo ainda", ressalta Lira.

Sobre uma  possível fusão entre PP e PL, o parlamentar opinou que a política nacional deve caminhar para um sistema mais estável, mas que ainda é cedo para sacramentar uma possível união. "Na Câmara temos 28 partidos orientando. Tem que procurar composições. As federações vão ajudar. O que restringe é o rigor da lei, quatro anos de união. A nível nacional, são partidos que pensam igual, de centro, dão governabilidade. E 'ai' do país se não tivesse esses partidos de centro".


Caso o  ex-presidente Lula (PT) vença as eleições presidenciais no próximo ano, Lira acredita que não terá problemas na vida legislativa já que "sempre transitou muito na oposição" e "sempre se deu bem com parlamentares do PSB, do PT, do PDT, alguns do PSOL".

O atual mandatário da Câmara também disse não acreditar na viabilidade de uma 'terceira via' e que a  possível união entre Lula e Alckmin é "bastante antagônica", mas defende a hipótese através de uma citação de Tancredo Neves: "Ninguém pode ser tão amigo que não possa separar, nem tão inimigo que não possa se juntar".