Bolsonaro diz que PP ainda quer filiá-lo e admitiu conversas com outros partidos
Presidente havia marcado filiação ao PL no próximo 22, mas evento foi cancelado após conflito com Valdemar Costa Neto
Com a filiação ao PL em suspensão , o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que conversa com outros partidos. Um deles é o Progressistas, que segundo o presidente da República, ainda deseja agregá-lo aos seus quadros.
Em meio a isso, ele disse que sua situação com o PL depende de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda, "com a sua habilidade de que todo mundo conhece, conduzir a coisa".
"O PP me quer lá ainda. Conversei com o Ciro [Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil], com o Fábio Faria [ministro das Comunicações], Rogério Marinho [ministro do Desenvolvimento Regional], as pessoas que estão no Brasil. Eu tenho um limite. [Conversei com] O Republicanos também", disse o presidente nos Emirados Árabes, segundo a Folha de S. Paulo. Ele falou com a imprensa durante visita à Expo 2020, em Dubai, nesta segunda-feira (15).
Os ministros citados estão em partidos diferentes: Ciro é presidente licenciado do PP, Fábio Faria está no PSD, mas, segundo o Metrópoles, tem filiação acertada para o Progressistas. Já Marinho está sem partido no momento.
A filiação de Bolsonaro ao Partido Liberal, dois anos após deixar o PSL, voltou à fase de discussões por discordâncias quanto aos palanques estaduais do partido
. De acordo com a Folha, o principal conflito é em São Paulo, onde o PL pretende apoiar a candidatura do atual ex-governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB). O problema é que ele é aliado do governador João Doria (PSDB), antes apoiador e hoje um dos principais adversários políticos de Bolsonaro.
Auxiliares do presidente até defendem que ele espere o resultado das prévias do PSDB
para definir seu futuro partidário. Marcada para o próximo dia 21, a eleição interna vai decidir entre Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, quem será o representante tucano na eleição presidencial.
Mas o que Bolsonaro adiantou é que não vai deixar a escolha para o último minuto
— ele tem até o início de abril para se filiar a uma legenda. O plano do presidente é encontrar uma solução em duas ou três semanas.