CPI da Covid: Aras será convocado se não tomar providências sobre relatório

Parlamentares dizem aguardar que procurador-geral dê andamento às investigações da comissão até 27 de novembro

Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado
Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros e Omar Aziz

A cúpula da CPI da Covid do Senado Federal afirmou que irá convocar o procurador-geral da República, Augusto Aras, para prestar esclarecimentos no Senado caso ele não tome providências em relação ao relatório enviado pela comissão.

— Não aceitaremos protelação do caso. No dia 27 de novembro, ocorridos 30 dias, se não tiver providência efetiva, o senhor PGR será convocado — disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), segundo o qual também não serão aceitos 'investigações preliminares'.

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Nesta quarta-feira, ele, Omar Aziz (DEM-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Simone Tebet (MDB-MS) entregaram o relatório final da CPI para o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, e outros integrantes da força-tarefa do Ministério Público de São Paulo que investiga a Prevent Senior.

Na coletiva de imprensa, após a reunião com os membros do MP, Randolfe disse que dois depoentes da comissão do Senado foram incluídos no programa de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas: Walter Correa, médico que confirmou as denúncias contra a operadora, e Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que detalhou o caso Covaxin.

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Sarrubbo disse que investigar as ameaças será agora uma das prioridades da força-tarefa do MP-SP. Ele acrescentou ainda que o órgão está procurando "CPFs" e não "CNPJs", fazendo referência à punição de pessoas físicas, escopo do órgão.

Investigação sobre orçamento secreto

Ao comentar sobre o orçamento secreto, Renan disse que o Congresso deveria montar uma CPI para investigar o caso. Segundo ele, a tramitação da PEC dos precatórios, aprovada nesta terça-feira pela Câmara, será lenta e de difícil aprovação para o governo.

— O governo tem outras alternativas para resolver a questão do auxílio Brasil, mas pretende abrir um espaço fiscal para continuar usurpando o dinheiro público através através orçamento secreto, que é uma excrescência, não existe em nenhum lugar do mundo, é uma espécie de fascismo orçamentário — disse Renan, acrescentando que ele e Randolfe apoiam a criação de uma CPI para investigar a prática.

Ele citou ainda a existência da CPI dos anões do orçamento, com práticas criminosas no orçamento que foram punidas, mas que, segundo ele, não significam nada diante das circunstâncias do orçamento secreto.