Bolsonaro critica TSE e diz que cassação de Francischini "foi um estupro"

Presidente disse também que agora confia nas urnas eletrônicas, mas determinou que Forças Armadas acompanhem todo o processo

Foto: Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto
Bolsonaro

Após meses de trégua após os atos de 7 de Setembro, o presidente  Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta sexta-feira o Tribunal Superior Eleitoral. Em evento na cidade Ponta Grossa, no Paraná, Bolsonaro criticou a cassação do deputado estadual Fernando Francischini. O parlamentar perdeu o cargo por ter colocado em dúvida a segurança das urnas eletrônicas horas antes das eleições de 2018.

Durante o discurso, o presidente disse que agora confia nas urnas eletrônicas porque o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, convidou as Forças Armadas para acompanhar o processo.

— Há três anos não converso com o deputado Francischini. A cassação foi um estupro. Por ter feito uma live 12 minutos antes (da eleição) não influenciou em nada, ele era deputado federal. Foi uma violência — disse Bolsonaro.

Francischini foi cassado na semana passada pelo TSE, na primeira condenação por fake news na Corte eleitoral. A decisão atendeu a pedido feito pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Então candidato a deputado estadual, Francischini foi investigado pro uso indevido dos meios de comunicação e por abuso de autoridade pela realização de uma live, durante o primeiro turno das eleições de 2018, na qual afirmou, sem provas que as urnas eletrõnicas estavam fraudadas para impedir a eleição de Jair Bolsonaro á Presidência da República.

Seis ministros seguiram o voto do relator, ministro Luís Felipe Salomão, que é corregedor da Justiça Eleitoral e avaliou que a conduta do hoje deputado estadual atentou contra o sistema eleitoral braisleiro e levou ao erro "milhões de eleitores".