ORIGEM
Nascido em Salvador (BA), em 1911, Carlos Marighella foi filho de Maria Rita dos Santos, uma neta de africanos escravizados, e de Augusto Marighella, imigrante italiano radicado na Bahia.
Político, poeta e guerrilheiro, Marighella marcou a história brasileira ao se tornar um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar. Conheça a figura histórica retratada no filme do diretor Wagner Moura, que estreia amanhã (4).
Nascido em Salvador (BA), em 1911, Carlos Marighella foi filho de Maria Rita dos Santos, uma neta de africanos escravizados, e de Augusto Marighella, imigrante italiano radicado na Bahia.
Adepto às letras, escrevia poemas e atuou como professor particular enquanto cursava Engenharia Civil na Escola Politécnica da Bahia. Em 1932, um ano após iniciar no ensino superior, foi preso pela primeira vez por ocupar a Faculdade de Medicina da Bahia contra a ruptura da ordem institucional realizada por Vargas em 1930.
Após ser impedido de frequentar a universidade, Marighella ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCB), onde permaneceu por 30 anos. Em 1935, se mudou para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, foi preso novamente devido à sua atuação política. Foi torturado e passou mais de um ano em cárcere.
Foi enviado ao PCB de São Paulo em 1937, ano em que foi novamente preso e passou a sofrer perseguição política. Permaneceu encarcerado até 1945, quando um processo de abertura política garantiu anistia aos presos políticos.
Aos 33 anos, concorreu ao cargo de deputado federal constituinte e tornou-se o primeiro comunista eleito no estado nordestino. No entanto, os mandatos dos parlamentares de esquerda foram cassados em janeiro de 1948, como consequência da extinção do registro partidário do PCB.
Um dos episódios mais marcantes da biografia do guerrilheiro foi quando, em maio de 1964, Marighella baleado em um cinema e preso. Após conseguir a liberdade, publicou no ano seguinte o livro "Por que resisti à prisão".
Com o golpe civil-militar no Brasil, Marighella deixou o PCB e fundou o grupo armado Ação Libertadora Nacional. Em 1969, junto ao Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), os guerrilheiros sequestraram o embaixador estadunidense Charles Elbrick. Com isso, conseguiram a liberação de 15 presos políticos.
Mesmo sendo considerado inimigo número um da ditadura, optou por ficar no Brasil. Na noite de 4 de novembro de 1969, Marighella foi surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, sendo morto a tiros por agentes do DOPS.
Publicado em junho de 1969, o Minimanual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, orienta movimentos revolucionários comunistas que utilizavam táticas de guerrilha em seus combates. Devido ao sucesso, a obra foi publicada em diversos países e traduzida para várias línguas.