PGR arquiva caso contra Eduardo Bolsonaro por compra de imóvel com dinheiro vivo
Apuração foi aberta após uma reportagem de O GLOBO ter revelado, no ano passado, que o parlamentar pagou com dinheiro vivo parte do valor de dois apartamentos
BRASÍLIA — A Procuradoria-geral da República (PGR) arquivou uma apuração preliminar aberta para investigar o uso de R$ 150 mil em espécie na compra de imóveis pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro. A informação foi revelada pelo portal UOL e confirmada pelo GLOBO. A decisão de encerrar o caso foi tomada em 8 de junho.
A apuração foi aberta após uma reportagem de O GLOBO ter revelado, no ano passado, que o parlamentar pagou com dinheiro vivo parte do valor de dois apartamentos que ele comprou na Zona Sul do Rio. As informações constam das escrituras públicas desses imóveis obtidas em cartórios da cidade.
A PGR argumentou que uma notícia na imprensa não seria suficiente para dar prosseguimento à investigação. Também alegou que, se houve crime, ele foi cometido quando Eduardo Bolsonaro ainda não era deputado, não cabendo, portanto, à Procuradoria-Geral da República conduzir a investigação.
Em 3 de fevereiro de 2011, quando não era parlamentar, Eduardo comprou um apartamento em Copacabana. A aquisição foi registrada no 24º Ofício de Notas do Rio. O imóvel foi negociado por R$ 160 mil. A escritura revela que o pagamento ocorreu por meio de um cheque administrativo de R$ 110 mil. O valor restante foi descrito pelo escrivão como: “R$ 50 mil através de moeda corrente do país, tudo conferido, contado e achado certo, perante mim do que dou fé”.
Leia Também
Em 29 de dezembro de 2016, o filho do presidente, já em seu primeiro mandato de deputado, esteve no cartório do 17º Ofício de Notas, no Centro do Rio, para registrar a escritura de um apartamento de 102 metros quadrados comprado em Botafogo por R$ 1 milhão. Ficou registrado que ele já tinha dado um sinal de R$ 81 mil pelo imóvel e que estava pagando “R$ 100 mil neste ato em moeda corrente do país, contada e achada certa”. A escritura aponta ainda que ele iria desembolsar outros R$ 18,9 mil seis dias depois. A maior parte, R$ 800 mil, foi paga com financiamento junto à Caixa Econômica Federal.