Em entrevista a TV italiana, Bolsonaro ataca CPI e chama Lula de "oportunista"
Presidente disse que senadores nada fizeram durante a pandemia: 'deixaram tudo acontecer'
Em entrevista exibida neste domingo pela emissora de TV italiana "SkyTg24", o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a CPI da Covid, cujo relatório recém apresentado pede seu indiciamento por nove crimes , teve motivação política. Segundo ele, a comissão parlamentar de inquérito foi conduzida por políticos de “esquerda e da oposição” ao seu governo e que esses setes senadores “nada fizeram” durante a pandemia.
"Deixaram tudo acontecer", afirmou Bolsonaro ao canal italiano.
Embora não tenha se vacinado contra o coronavírus, Bolsonaro ressaltou que sempre foi a favor da imunização – seu pronunciamento no primeiro dia de G-20, no sábado, também defendeu a campanha de vacinação e os esforços dos líderes mundiais para enviar as doses aos países mais pobres. Ele, mais uma vez, voltou a defender remédios sem eficácia contra a Covid-19.
"Nós sempre fomos a favor da vacina. Eu destinei muitos fundos para a compra das vacinas e isso aconteceu. Porém, eu penso que os médicos devem ter a autonomia sobre como tratar o paciente e qual remédio escolher para a cura", disse o presidente.
Ao ser questionado pelo jornalista Michele Cagiano, que conduziu a entrevista, sobre os mais de 607 mil mortos pelo vírus no Brasil, Bolsonaro atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Petrobras (“quase fez a nossa maior empresa petrolífera falir”, declarou).
"Lula me acusa de genocídio porque é um oportunista", disparou o presidente, para quem o petista deveria ter continuado preso.
À TV, ele também disse que sua eleição em 2018 “foi um milagre que salvou o Brasil” e citou dados incorretos sobre o desmatamento:
"Chega muita coisa errada para cá porque há uma briga de poder no Brasil. É muita crítica em cima de mim no tocante à Amazônia."
Sem participar de reuniões bilaterais durante o fim de semana de G-20 em Roma, que termina neste domingo, Jair Bolsonaro evitou a imprensa e tratou de passear por pontos turísticos (os seus movimentos foram devidamente filmados por sua equipe) da capital italiana.
Amanhã o presidente embarca para a região do Veneto, no norte da Itália, onde será homenageado com a cidadania honorária de Anguillara, cidade de seus antepassados do lado paterno. Ele encerra a visita oficial de cinco dias na Itália em Pistoia, na terça-feira, onde homenageia os militares brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial (1939-45).