Roberto Jefferson deixa hospital e volta para a prisão em Bangu
Ministro do STF considerou que fundamentos para prisão do presidente nacional do PTB continuam válidos após alta hospitalar
O presidente do PTB e ex-deputado, Roberto Jefferson, deixou na tarde desta quinta-feira o hospital no Rio onde esteve internado. Ele saiu escoltado por policiais federais para voltar à prisão no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste. Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o "imediato retorno" para a prisão do ex-deputado, após receber informações do hospital de que ele já estava em condições de receber alta. Preso em agosto por determinação de Moraes por causa de ataques às instituições democráticas, Jefferson foi internado após ter passado por problemas de saúde na prisão.
"Diante das informações de que o quadro de saúde de Roberto Jefferson Monteiro Francisco evoluiu de modo a permitir sua alta médico-hospitalar, conforme consignado pelo Hospital Samaritano Barra - local indicado pelo próprio custodiado para o seu tratamento -, é certo que o retorno ao cárcere, neste momento processual, é a medida que se impõe, desde que, efetivamente, a alta hospitalar seja concedida pela equipe médica responsável", escreveu Moraes em sua decisão.
Além de estar preso, Jefferson já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por seus ataques às instituições. A defesa havia apontado a existência de problemas de saúde para pedir sua transferência para a prisão domiciliar.
Jefferson é aliado do presidente Jair Bolsonaro, por isso sua prisão provocou descontentamento no Palácio do Planalto. Em nota divulgada após o despacho de Moraes, o PTB disse que os relatórios médicos do ex-deputado "reforçam a necessidade de cuidados especiais, desprezados por Alexandre de Moraes, cuidados estes os quais por duas ocasiões já foram declarados como impossíveis de serem assegurados pelo próprio sistema prisional".
Ainda segundo a legenda, Jefferson "já cumpriu tempo suficiente de prisão, tratando-se de um processo sem fundamento e base legal, sem ser sequer ouvido até hoje e há o compreensível temor de que suas condições de saúde se agravem caso permaneça por mais tempo na penitenciária".