Apesar do objetivo em comum de impedir a reeleição de Jair Bolsonaro (sem partido), Ciro Gomes e o Partido dos Trabalhadores intensificaram a exposição de suas diferenças nesta semana, após criticar Lula e protagonizar discussão com Dilma. Relembre embates recentes →
"O meu irmão [Cid Gomes], que também estava lutando [contra o impeachment], me chamou e falou: 'Será que esses caras querem impedir o impeachment?'. Agora estou seguro que eles estavam colaborando pelo impeachment da Dilma", afirmou Ciro .
A ex-presidenta não deixou barato e afirmou que Ciro estaria "mergulhando no fundo do poço". "Usa este método [ataque aos adversários] há muito tempo e continua há quase uma década com apenas 1 dígito nas pesquisas", completou a petista.
O ex-governador do Ceará continuou a discussão, dizendo que errou quando lutou contra "o impeachment de uma das pessoas mais incompetentes, inapetentes e presunçosas que já passaram pela Presidência", citando a ex-presidenta.
Na maioria das oportunidades, as críticas ao adversário partem de Ciro. Em maio deste ano, o presidenciável afirmou que Lula é o 'maior corruptor da história moderna brasileira'. "Não aprendeu nada. Fica na lambança, prometendo a volta de um passado idílico que é mentira."
“Não sei quem ele está querendo agradar neste instante, se está querendo herdar os possíveis votos que Bolsonaro vai perder. Em política a gente colhe o que a gente planta. Eu acho que o Ciro está agindo equivocadamente”, disse o petista em setembro deste ano.
Em outubro de 2019, Lula manifestou vontade de 'ajudar' Ciro ao fazer uma referência ao filme Central do Brasil (1998). O aceno, porém, foi encarado como uma provocação. "Assisti a 'Central do Brasil' e vi a Fernanda Montenegro tentando ajudar aquele menino nervoso, rebelde. Lembrei do Ciro (...) Gostaria que o Ciro permitisse que eu fosse a Fernanda Montenegro dele."
Fato é que Lula e Ciro não devem resgatar a antiga aliança tão cedo. O ex-governador do Ceará já descartou apoiar Lula em 2022 caso o petista vá ao segundo turno com outro adversário. Ele diz que não arrepende de ter viajado a Paris no momento decisivo das eleições de 2018 e que "faria novamente com muito mais convicção".