"O que Alcolumbre está fazendo não se faz", diz Bolsonaro sobre Mendonça
Três meses após Bolsonaro fazer indicação, presidente da CCJ não tem previsão de quando pautar sabatina para vaga no STF
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu endossar as críticas ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Cabe ao democrata pautar a sabatina do ex-advogado-geral da União, André Mendonça, mas isso ainda não aconteceu.
Bolsonaro indicou Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) em julho. A escolha por ele atende à promessa de indicar alguém "terrivelmente evangélico" para a Corte, mas o ex-AGU enfrenta resistência no Congresso.
"Quem não está permitindo a sabatina é o Davi Alcolumbre (...) Teve tudo o que foi possível durante os dois anos comigo e de repente ele não quer o André Mendonça. Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele. Ele pode votar contra, agora o que ele está fazendo não se faz. A indicação é minha", disse Bolsonaro neste domingo (10) durante entrevista em Guarujá (SP).
Antes de comandar a CCJ, Alcolumbre foi presidente do Senado. Por isso, Bolsonaro mencionou que o senador "teve tudo com ele" durante seu mandato. "Se ele quer indicar alguém para o Supremo, ele pode indicar dois. Ele se candidata a presidente ano que vem e no primeiro semestre de 2023 tem duas vagas para o Supremo", acrescentou, segundo informações da Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, essa cobrança a Alcolumbre ocorre em meio à pressão do centrão para que outra pessoa seja indicada. Um grupo tenta viabilizar o nome de Alexandre Cordeiro, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ministros da ala política do governo, como Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações) apoiam a sugestão.