Relatório da CPI vai sugerir indiciamento de Bolsonaro por fake news, diz site
Relatório parcial deve sugerir o indiciamento do presidente e integrantes do alto escalão do governo. No entanto, deve poupar membros do chamado gabinete paralelo
O relatório parcial da CPI da Covid deve sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e integrantes do alto escalão do governo federal por propagarem fake news. No entanto, deve poupar membros do chamado gabinete paralelo, como empresários, médicos e blogueiros alinhados ao bolsonarismo. As informações foram publicadas, nesta sexta-feira (8), pelo portal 'Uol'.
Há um entendimento entre alguns senadores de que emitir opiniões e difundir "conteúdo desinformativo" não devem ser considerados crimes com base nas evidências coletadas pela CPI até o momento.
Dessa forma, o relatório parcial não deve pedir o indiciamento de pessoas que não integram diretamente o governo, como os empresários Luciano Hang, Carlos Wizard, a médica Nise Yamaguchi, entre outros.
O relatório parcial é elaborado por um grupo responsável pelo material apurado pela CPI referente à disseminação de informações falsas, coordenado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O documento deve ser entregue ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), no início da próxima semana. A intenção é que o documento ajude a embasar o relatório final.
Além do presidente Bolsonaro, essa comissão que analisa a desinformação também coloca na lista de 'culpados' o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o ex-secretário-executivo do ministério Elcio Franco e o atual ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por sua atuação à frente da Casa Civil à época do agravamento da pandemia. Servidores do Ministério da Saúde também podem entrar na lista.
O gabinete paralelo, segundo a CPI, foi criado para assessorar informalmente o presidente Jair Bolsonaro. O grupo teria estimulado, por exemplo, o uso de medicamentos ineficazes contra a Covid-19. Uma das apurações do colegiado é entender até que ponto o gabinete paralelo teria atrapalhado as negociações do governo para a compra das vacinas CoronaVac e da Pfizer, além de incentivar a tese da imunidade de rebanho.