Senador quer que Renan Bolsonaro seja investigado por ameaças à CPI da Covid

Rogério Carvalho (PT-SE) disse que vai apresenar um requerimento apontando os crimes que Jair Renan cometeu

Foto: Reprodução/Instagram
Jair Renan Bolsonaro com seu pai, o presidente

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) quer que J air Renan Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolosnaro, seja investigado por ameaças à comissão. Ele afirmou que será apresentado um requerimento sugerindo a apuração de uma publicação que Jair Renan fez em sua página no Instagram. Na manhã de segunda-feira, o quarto filho do presidente publicou o vídeo em uma loja de armas de fogo e de airsoft. Jair Renan mostra na gravação uma gaveta cheia de armas e faz uma provocação à CPI da Covid. Na legenda do vídeo, ele escreveu : “Aloooo CPI kkkkk”.

"Ele ameaçou a CPI. E isso é crime. Ele está obstruindo ou tentando obstruir os trabalhos da CPI com ameaças à vida de membros da CPI. É um ato muito agressivo que mostra que ele é igual ao pai e tem uma tendência a tratar as sua incapacidades e enfrentar seus problemas com violência", disse Rogério Carvalho, acrescentando:

"Vamos apesentar requerimento apontando todos os crimes que cometeu ao divulgar na rede social esse aparente inocente comentário "alô CPI", mostrando 12 armas, que são armas letais, porque ele ainda diz que são arma letais. Vamos apresentar requerimento sugerindo que seja apurado esse evento envolvendo o quarto filho do presidente da República."

Jair Renan entrou na mira da CPI por suas relações com o lobista Marconny Faria, que atuou para a Precisa Medicamentos no Ministério da Saúde. Na segunda-feira, o senador Alessandro Vieira apresentou inclusive um requerimento de convocação do filho de presidente com o objetivo de esclarecer suas ligações com Marconny e a ameaça feita à CPI. Nesta terça-feira, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que viu a publicação de Jair Renan como ameaça e que a comissão vai analisar o que fazer. Questionado se o requerimento de convocação será aprovado, Humberto afirmou:

"Pode ser. Temos que analisar. Na verdade, é um projeto de meliante que está agredindo uma instituição da República. Precisa pelo menos levar um puxão de orelha."

Em seu depoimento na última quarta-feira, Marconny mostrou ter uma relação próxima com o filho do presidente. Ele disse que o camarote no estádio Mané Garrincha em que fez sua festa de aniversário em dezembro do ano passado era de Jair Renan. Também reconheceu ser seu amigo há dois, já tendo apresentado a ele um advogado tributarista com o objetivo de ajudá-lo a abrir uma empresa. Por outro lado, negou ter recebido qualquer benefício por isso ou manter negócios com o filho do presidente.

Também na quarta-feira passada, a CPI aprovou a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan. O objetivo é apurar as relações dela com o lobista Marconny Faria. Nesta terça-feira Humberto Costa (PT-PE) avaliou que, mesmo convocada, ela não deverá ser ouvida pela CPI. Há uma lista de ao menos 75 pessoas convocadas que não prestaram depoimento.