"Nem Lula, nem Bolsonaro": protesto pequeno em Copacabana defende terceira via
Convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, a manifestação também ocorrerá em outros lugares, como a Avenida Paulista, em São Paulo, e pede o impeachment do presidente Jair Bolsonaro
Manifestantes se reunem na manhã deste domingo, 12 de setembro, em ato pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Por volta das 10h, os participantes começaram a se concentrar na altura do posto 5, muitos vestindo branco e carregando bandeiras do Brasil.
A manifestação, com o mote "Fora Bolsonaro", foi convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua (VRP) e está prevista para ocorrer também em outras cidades ao longo do dia. É o primeiro protesto pró-impeachment após os atos antidemocráticos de 7 de setembro e a divulgação da carta na qual o presidente atribuiu ao "calor do momento" as ameaças feitas contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
No Rio, um dos carros de som leva uma faixa escrito "Impeachment Bolsonaro Já!" e recomenda o uso de máscara de proteção contra a Covid-19. Cartazes e camisas de participantes estampam frases como "#NemLulaNemBolsonaro" e "Nem um dos dois em 2022".
A #PolíciaMilitar acompanha uma manifestação que ocorre neste momento na Praia de Copacabana, na #ZonaSul do Rio. #SerivreProteger #Informação #GAM #EstamosNasRuas pic.twitter.com/z68c6ShVb4
— @pmerj (@PMERJ) September 12, 2021
No segundo carro de som, os organizadores do MBL afirmam que todos são bem-vindos, independente da ideologia política ou candidato.
"A pauta é única, fora Bolsonaro. O mote hoje é respeitar as opiniões, e claro que a opinião central é essa", discursou Cadu Moraes, coordenador do MBL no Rio de Janeiro.
Os protestos deste domingo dividiram a esquerda: PT e PSOL descartaram aderir à manifestação. Por outro lado, o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou que irá comparecer em São Paulo e PSB e PCdoB também anunciaram participação, apesar das divergências com o MBL. O movimento se consolidou na mobilização pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e faz críticas frequentes a Lula.
Um pequeno grupo de manifestantes carrega a bandeira do PCdoB em Copacabana. Leonardo Guimarães, estudante de 29 anos e secretário de movimentos sociais do partido, afirma que a decisão de participar do ato ocorreu após o 7 de setembro.
"Entendemos que deveríamos participar para unir os setores e aprovar o impeachment que hoje é necessário. E para isso somente a esquerda não é suficiente", afirmou.
Eron Morais de Melo, protético dentário de 40 anos, está vestido de Batman, levando um boneco do Zé Gotinha, uma seringa escrito “impeachment” e um cartaz com uma montagem de Bolsonaro caracterizado de Coringa. Ele conta que usou a fantasia pela primeira vez nos protestos de 2013 contra o aumento das passagens e é uma ferramenta para chamar atenção.
"Não votei no Bolsonaro, mas ele se elegeu com a mentira de que era honesto. O que agrava é o genocídio da pandemia. Além disso, é um governo golpista e o 7 de setembro foi o ápice dessa escalada. Posso citar ainda a inflação, a crise hídrica que poderia ter sido minimizada… A democracia não aguenta mais 1 ano e quatro meses de Bolsonaro, é necessário ir pra rua", defende.
Alguns manifestantes discursam contra o governo Bolsonaro e são aplaudidos, entre eles eleitores que se arrependeram.
Ao menos quatro viaturas da Polícia Militar e alguns carros da Guarda Municipal estão estacionados perto da concentração.